Índice do Medo do Desemprego atinge maior valor da história

PRUDENTE - Victor Rodrigues

Data 29/07/2016
Horário 11:32
 

O Índice de Medo do Desemprego chegou ao maior valor da sua série histórica em junho deste ano, atingindo 108,5 pontos, bem acima da média geral, que é 89 pontos. Iniciada em março de 1999 pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), a pesquisa registrou seu segundo maior índice em junho do ano em que foi iniciada, com 107,3 pontos. Nos anos seguintes começou a registrar queda, até abaixar até o menor índice histórico até o momento, em 2012, com 69 pontos. Daquele ano em diante, o medo voltou a aumentar.

Segundo Itamar Alves de Oliveira Júnior, diretor em exercício da diretoria regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), em Presidente Prudente, o índice do medo em perder o emprego da população da região também é alto. "Infelizmente é a nossa realidade e não tem quem fuja. Há receio em todos os segmentos, tanto por parte do funcionário, como  do empregador em não ter mais dinheiro para poder pagá-lo", comenta.

Para Itamar, este índice ainda tende a piorar no decorrer do ano, pois muitas empresas passam por dificuldades, superando as barreiras financeiras desde o ano passado. "As indústrias não produzem como antes, devido à falta de circulação de recursos no mercado. Empresa que não produz precisa dispensar. Inevitável que todos temam", completa.

Segundo o economista Álvaro Barboza dos Santos, o emprego faz parte da dignidade humana. "Quando a pessoa perde o emprego, ela tem a sensação de derrota e inutilidade. Esta situação é muito ruim, principalmente para aqueles que têm uma carreira relativamente boa. Uma das coisas que mais penaliza o ser humano é não ter trabalho para tirar dinheiro e manter sua subsistência", relata.

Álvaro diz que o medo é um reflexo direto da crise financeira que assola o país, e acompanha o índice de demissões gerais em virtude da dificuldade financeira das indústrias, comércio e demais setores. Ele acredita que a situação econômica do país deverá melhorar em 2017, mas a questão da melhoria na empregabilidade deverá vir um pouco mais tarde, quando o mercado estiver recuperado. "A retomada da empregabilidade será uma das últimas coisas. Faz parte de um processo gradual. Mas temos esperança. O FMI já reverteu algumas previsões, mas o emprego vai devagar", pontua.

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