Inflamação do apêndice causa dor intensa e pode levar à morte

Demora pela busca ao tratamento pode evoluir o quadro, causando rompimento e supuração, conforme especialista

PRUDENTE - PÂMELA BUGATTI

Data 07/12/2018
Horário 08:00
Marcio Oliveira - José Gomes teve apendicite aos 11 anos de idade: "Cirurgia às pressas"
Marcio Oliveira - José Gomes teve apendicite aos 11 anos de idade: "Cirurgia às pressas"

A apendicite é uma inflamação que causa dor intensa e pode levar a óbito. O problema ocorre quando o apêndice - uma bolsa pequena que sai do intestino grosso e produz algumas células de defesa, parecidas com às do baço, gânglios e tecido linfoide do intestino - inflama. Em crianças, a produção dessas células pode ser maior que em adultos, pois ajuda a garantir uma boa imunidade aos pequenos. Conforme as pessoas vão ficando mais velhas, esse órgão vai perdendo a função de linfócitos, que são um dos diversos tipos de células de defesa do organismo e pertencem a um grupo de células chamadas de leucócitos e glóbulos brancos. Essas células são produzidas na medula óssea e defendem o organismo contra doenças como infecções ou alergias, conforme o Ministério da Saúde.

A inflamação se dá por meio de resíduos alimentares e verminoses. O apêndice é um órgão primitivo e pode ter essa inflamação devido a uma proliferação bacteriana que não tem como ser evitada, declara o clínico geral Luiz Fabiano de Oliveira.

Ao total, existem quatro tipos de apendicites: edematoso, líquido soporativo, purulento e o perfurativo. Cada grau determina a evolução da doença, quanto menos o estágio avançar é melhor, quanto mais se prolonga, fica cada vez pior. O primeiro é o grau mais leve e o quarto é o mais grave. Isso ocorre quando fezes vazam dentro da barriga.

O quadro clínico ocorre em um primeiro momento com a dor na boca do estômago, que migra para a fossa ilíaca direita, acompanhada de anorexia, que é a perda de apetite, febre, dor no lado direito do abdômen, dor no entorno do umbigo e vômito.

O especialista conta que o tratamento consiste em método 100% cirúrgico e pode atingir crianças, jovens e adultos. Os sintomas podem ser confundidos com cólica renal, infecção de bexiga, problemas de ovário e trompas em mulheres. Já o espaço de tempo para a evolução do quadro é do primeiro ao quarto dia, de acordo com cada pessoa.

Durante a infância

O caseiro José Gomes, 55 anos, afirma que com 11 anos precisou fazer cirurgia às pressas. “Quando eu estava descendo as escadas, minha perna deslocou, mas a dor passou, então, eu voltei para casa. Mas, à tarde, a dor retornou mais forte. Corri para o médico, na hora já fui internado, porque o apêndice já tinha ‘estourado’”. Ele relata que o cheiro era forte e que passou cinco dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), e mais 15 dias internado. Para ele, a recuperação não foi tão dolorosa. “Tive que colocar dreno, ganhei seis pontos e fiquei em repouso durante 40 dias”.

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