Inquéritos e ações civis originam investigações

REGIÃO - JEAN RAMALHO

Data 07/10/2016
Horário 10:38
 

Deflagrada na manhã de ontem, a operação Tanque Cheio teve início bem antes e com uma proporção bem menor, segundo o delegado Claudinei Alves, responsável pela ação. As investigações começaram há aproximadamente 12 meses, depois que uma série de inquéritos civis e ações civis públicas levaram o MPE (Ministério Público Estadual) e a Polícia Civil a detectar as irregularidades na Prefeitura de Sandovalina.

Conforme o delegado, ao longo dos últimos anos, os órgão teriam recebido uma série de denúncias que, de alguma maneira, tinham uma ligação entre si: findavam na administração municipal de Sandovalina. A partir desta constatação, formou-se uma força-tarefa, com o intuito de apurar as irregularidades imputadas nos processos. "Por isso é sempre importante fazer a denúncia, independente da gravidade do crime", comenta o delegado.

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Foi então que os órgãos chegaram à estrutura exposta ontem na operação Tanque Cheio. Segundo o delegado, o esquema funcionava de maneira organizada, com dois objetivos centrais: "favorecer os componentes do grupo, seus familiares ou apadrinhados políticos, como também a sequência ou manutenção do poder, através do investimento eleitoral".

Segundo a autoridade, até agora as informações apontam que os crimes ocorriam em pelo menos três linhas. A primeira delas envolve os postos de combustíveis averiguados. Conforme o delegado, "há indícios de fraude em contratos e superfaturamento de notas, além disso, existe a suspeita de que familiares e apadrinhados da organização tinham livre acesso no abastecimento de seus veículos particulares na conta do poder público".

Outra linha semelhante envolve contratos com farmácias e uma loja de materiais para construção da cidade, "que sempre vence a licitação da Prefeitura", segundo o delegado. Para ele, as investigações também apontam que "houve irregularidades nos contratos de licitação das empresas, além de indícios de desvio de materiais e medicamentos para consumo próprio".

 

Favorecimento

A terceira linha de investigação envolve a distribuição de lotes e terrenos públicos, bem como uma eventual facilitação na criação e abertura de novos empreendimentos imobiliários no município. Sempre, conforme o promotor de Justiça de Pirapozinho, Marcelo Gonçalves, com o intuito de favorecer familiares, amigos ou apadrinhados políticos do grupo.

Em todas essas situações, os órgãos suspeitam que, tanto os estabelecimentos citados como a prática da doação de lotes eram também utilizados como uma espécie de moeda de troca no momento do voto. "Existe a evidência de que os postos de combustíveis forneceram combustível aos eleitores. Além disso, existia também a questão eleitoral na doação de terrenos", relata o promotor.

 
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