Itens básicos da cesta básica estão mais caros

Com preços mais elevados, alimentos como arroz, feijão e leite estão pesando no bolso do consumidor

PRUDENTE - OSLAINE SILVA

Data 31/12/1969
Horário 21:00
 Isadora Crivelli - Em casa, itens da cesta básica, feijão, arroz e leite estão mais caros
Isadora Crivelli - Em casa, itens da cesta básica, feijão, arroz e leite estão mais caros

Na semana passada, a Apas (Associação Paulista de Supermercados) sinalizou ao Procon Estadual de que fornecedores de produtos da cesta básica - arroz, feijão e leite - estariam elevando os preços dessas mercadorias. O que faz o alimento chegar mais caro na mesa do consumidor. A associação informou aumentos de até 75,5% para o feijão, 73,5% para o arroz e 40% para o leite. Gerentes de estabelecimentos do segmento alimentício de Presidente Prudente confirmam elevação em todos os produtos, com diferencial dessa porcentagem.

João Luis Nicolosi Gasparino, 43 anos, gerente do Supermercados Avenida, explica que o feijão já teria um aumento natural nessa época de entressafra, que ocorre todo ano, e com a procura maciça deste produto, por conta do coronavírus, chegou a 70%. “O feijão mais em conta que temos hoje está com preço de R$ 8. O arroz que vendíamos por R$ 9 subiu para R$ 13. O leite que estávamos trabalhando em torno de R$ 2,29 agora foi para R$ 3,49. Com essa pandemia, a demanda desabasteceu a indústria, que compra mais caro e repassa. O Procon, inclusive, esteve em nossa loja, apresentamos todas as notas de compra para comprovar que não era o mercado que estava fazendo esse repasse e sim o fornecedor”, expõe o gerente.

Amaro Aparecido da Silva, 43 anos, do Supermercados Estrela, localizado no centro da cidade, destaca que o grande vilão, assim como no ano passado, quando atingiu um pico altíssimo em seu preço, tem sido mesmo o feijão, exatamente com o percentual exposto pela Apas. Já o valor do leite elevou 30%, sendo o que teve menos reajuste, com uma média de 10%, o arroz.

“No meu ponto de vista, devido ao alto consumo por conta da pandemia, que na verdade nem é consumo, mas estocagem, existem aqueles que se aproveitam da ocasião. Por exemplo, estava vendendo o álcool em gel em nossa loja a preço de custo, R$ 20, respeitando acordo feito com a Apas, o que foi muito legal, enquanto tinha outros lugares vendendo o mesmo produto a R$ 35”, complementa Amaro.

GRANDES OU PEQUENOS:

A MESMA REALIDADE

A inflação não chegou apenas para os grandes empreendimentos, mas também para os menores, aqueles que estão nos bairros prontos para atender aos fiéis clientes, geralmente moradores do entorno. De acordo com o gerente do Mercado Triunfo, Jefferson Martins, 30 anos, localizado no Jardim Maracanã, os percentuais estão próximos dos citados.

Assim como os outros gerentes, ele diz que, no caso do feijão, essa elevação no custo costuma ocorrer anualmente nesse período. Já o leite, a partir de maio/junho, pois é um período de seca. “Creio que a pandemia tenha acelerado esse processo. Um detalhe que se deve ficar bem claro ao consumidor é que a culpa não é do lojista, que recebe o produto e apenas faz o repasse dos valores. Em muitos casos, a gente acaba diminuindo a margem para que o preço final não ‘assuste’ tanto”, acentua Jefferson complementando que “para chamar a atenção de mais clientes, além dos já fiéis, preço justo e a qualidade dos produtos são os diferenciais”.

CONSCIENTIZAÇÃO:

UM DIA DE CADA VEZ

Sobre a questão do isolamento social que vem ocorrendo, segundo João, a grande maioria das pessoas tem se mostrado mais consciente nos últimos dias sobre o perigo real do coronavírus. “Percebemos que os clientes estão vindo de máscara, diminui um pouco o número de integrantes em família. Porque, no início, estavam totalmente indiferentes”, destaca o gerente.

Amaro diz que, devido ao seu maior público ser exatamente de idosos, as medidas de prevenção, higienização e não aglomeração, vêm sendo seguidas à risca, “mas é um grupo bastante complicado de aceitar imposições”. Conforme ele, a impressão que dá é que não acreditam no que está acontecendo em todo o mundo. “Falo para o nosso pessoal: somos pelotão de frente, não sabemos quem vem no dia a dia, então, temos que redobrar nossos cuidados para quando voltamos para nossas casas, para nossas famílias. Tenho um filho cardiopata, então a preocupação redobra e vivemos um dia de cada vez”, acentua Amaro, pontuando também que as vendas on-line aumentaram expressivamente, em torno de 400%, em relação ao mesmo período do ano passado.

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