José Carlos Daltozo faz retrato do mundo rural, em novo livro

Obra mostra como era viver no campo antes da eletricidade chegar por lá; cada exemplar sai por R$ 25

VARIEDADES - Aline Martins

Data 12/07/2014
Horário 09:03
 

Imagine como era viver na zona rural antes mesmo da eletricidade chegar por lá. Para relatar essa vida e relembrar como as pessoas lidavam com essa realidade, José Carlos Daltozo, 63, autor de Martinópolis, escreveu "Costumes e Tradições Rurais". A obra não tem editora e é custeada por conta própria. Cada livro custa R$ 25 e pode ser pedido pelo telefone 3275-1168 ou pelo email jcdaltozo@uol.com.br. No valor, já está inclusa a taxa dos Correios.

Décimo livro do autor de Martinópolis, Daltozo conta que começou a pensar em como as pessoas viviam em sítios e fazendas sem energia elétrica. "Dados nos comprovam que 84% das pessoas moravam em sítios e 16% na zona urbana. Como era a vida deles por lá? Como, por exemplo, conservavam a carne de porco sem nenhum estrago? Relembro os curandeiros, parteiras, a comida", conta o escritor.

Durante um ano, Daltozo pesquisou em diversas obras sobre a realidade de anos atrás. "Comprei inúmeros livros em sebos de Presidente Prudente e viajei para São Paulo em busca de conhecimento acerca do assunto. Tive um apanhado geral desta realidade e repassei para meu livro", conta. A obra aponta um retrato do mundo rural que está quase desaparecendo nos dias atuais. "É a luta pela sobrevivência, enfrentando todas as dificuldades", diz.

Jornal O Imparcial Esta é a 10ª obra do escritor de Martinópolis, que pesquisou sobre o tema durante 1 ano

Salienta que há tempos planejava escrever um livro que retratasse o mundo rural, principalmente sobre costumes, tradições e objetos que estão desaparecendo com o passar dos anos e com o progresso.

Acrescenta que a obra é indicada para pessoas que puderam vivenciar esta época em sítios sem energia, bem como para que jovens conheçam a realidade e cotidiano de seus antepassados. "Hoje em dia tivemos uma inversão. Atualmente, 16% da população moram na zona rural. O restante está na cidade. É um repositório de recordações para quem viveu e ainda vive no meio rural. E um mostruário para as novas gerações nascidas nas cidades e que não sabem como foi sacrificada a vida de seus antepassados", pontua.

Em alguns textos reproduzidos, Daltozo explica que há menção ao "caipira". "Essa palavra, hoje tão em moda, não é um desrespeito ao homem do campo. É apenas como são denominadas as pessoas que vivem da agricultura", diz. A obra tem 127 páginas.

 

O autor


José Carlos Daltozo nasceu em 30 de setembro de 1950, em Ibirá. Na infância e juventude, morou nas cidades de Rinópolis e Tupã. Aos 19 anos, aprovado em concurso do Banco do Brasil, foi trabalhar na capital paulista. Anos depois, foi promovido para trabalhar em Martinópolis, onde se aposentou e reside até hoje. É formado em Letras e já publicou outros nove livros históricos, sendo oito sobre Martinópolis e um sobre cartões-postais, uma vez que é colecionador há 25 anos. Também é jornalista.

Seus outros livros – esgotados – são: "Martinópolis, sua história e sua gente" (editado em 1999); "Banco do Brasil – 50 anos em Martinópolis" (2002); "Álbum histórico e fotográfico de Martinópolis" (2004); "Cartão-Postal, arte e magia" (2006); "Loja Maçônica 3 de maio – 60 anos" (2007); "Nos trilhos da história – sobre a E. F. Sorocabana" (2007); "Um Novo Amanhã – sobre imigração japonesa" (2008); "60 anos semeando conhecimento – sobre a Escola João Gomes Martins" (2010) e "Fazenda São José" (2010).

 
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