Laudo aponta que figueira do PUM deve ser erradicada

Análise fitossanitária da espécie, considerada um patrimônio paisagístico, aponta que ela está em estado de senescência, ou seja, no estágio final do ciclo de vida

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 15/12/2021
Horário 16:43
Foto: Arquivo/Marcos Sanches/Secom
Estado da figueira é “precário do ponto de vista fitossanitário e estrutural”, aponta laudo
Estado da figueira é “precário do ponto de vista fitossanitário e estrutural”, aponta laudo

A figueira localizada na Rua Francisco de Paula Goulart, na Vila Ocidental, em Presidente Prudente, há décadas embeleza a calçada ao lado do PUM (Parque de Uso Múltiplo). No entanto, após passar por um suposto envenenamento e incêndio, e por uma tempestade que ocorreu em 23 de novembro deste ano, a árvore sofre as consequências do tempo, da natureza e do homem. Recentemente, após análise fitossanitária da figueira, que é considerada um patrimônio paisagístico, um parecer técnico da Semea (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) aponta que a espécie arbórea do local deve ser erradicada.

O engenheiro agrônomo da pasta, Igor Cabreira da Silva, que participou do laudo técnico, aponta que o estado da figueira é “precário do ponto de vista fitossanitário e estrutural”, devido a todos os ataques que ela já sofreu, tanto de envenenamento, como de incêndio. “Ao longo dos três anos, ela já passou por diversos eventos, que a agrediram e a levaram à atual situação em que se encontra. Em decorrência desses eventos, ela foi tendo sua condição cada vez mais em declínio e está em estado de senescência, ou seja, no estágio final do ciclo de vida”, detalha. “O laudo aponta que a figueira apresenta morte de suas partes, não tem mais vitalidade e não consegue mais se recuperar devido ao processo de agressão que sofreu”, acrescenta.

Igor também detalha que, parte da figueira já “sofreu queda”, e que a atual estrutura de sustentação – raízes, troncos e cipós – já está “seca e necrosada”, além de contar com “indicativos de fungos” que fazem a decomposição da matéria orgânica. “Algumas raízes já estão mortas e sofrendo ataques desses agentes decompositores. Ela apresenta risco para estrutura do PUM, uma vez que seus galhos só não caíram porque estão escorados na estrutura metálica do parque, bem como para o trânsito e as pessoas que passam pelo local”, enfatiza.

 

PATRIMÔNIO

PAISAGÍSTICO

Em maio de 2018, o ex-prefeito Nelson Roberto Bugalho assinou um decreto que declarava proteção a três árvores do município como patrimônio paisagístico, sendo a figueira uma delas. Em seu artigo segundo, o documento diz que as espécies arbóreas a que se refere o decreto têm o nome científico de “Ficus elástica”, pertencente à família “Moraceae”, e nome popular figueira ou falsa figueira. “As árvores aqui citadas ficam imunes a corte, remoção, replantio, queima, poda abusiva ou drásticas e todo e qualquer prática de injúria que possa acarretar sua morte ou prejudicar seu estado fitossanitário”, diz o artigo quarto.

Nesta terça-feira, o titular da Semea, Fernando Luizari Gomes, pontuou que notificou a Câmara Municipal de Presidente Prudente e o MPE-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) sobre o estágio de senescência da figueira, como apontado no parecer técnico. “Estamos dando ciência a todos antes do corte. A necessidade existe, a figueira está no fim da vida e precisamos evitar que sua estrutura caia sobre alguém”, pontuou.

A Câmara Municipal de Presidente informou que recebeu cópia dos laudos técnicos, mas reforça tratar-se de uma decisão técnica do Poder Executivo. “A proteção da figueira foi feita por meio de decreto do ex-prefeito Nelson Roberto Bugalho, e não é uma questão legislativa/lei. Desta forma, a Câmara não tem um papel de avaliar esse tipo de situação, que em geral, é feito pelo Condephaat [Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico)]de Presidente Prudente, juntamente com o Executivo, por meio de decreto”. 

 

 

 

 

 

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