Lixo e mau cheiro em fundo de vale trazem incômodos para população

Além da preocupação com os bichos, os munícipes ainda precisam conviver com o mau cheiro proveniente de uma tubulação instalada no local

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 03/03/2019
Horário 06:04
José Reis - População pede limpeza frequente e consciência ambiental
José Reis - População pede limpeza frequente e consciência ambiental

Moradores da Vila Rainho, em Presidente Prudente, se incomodam com a situação de um fundo de vale localizado atrás da Rua Manoel Rainho Teixeira, a principal via do bairro. De responsabilidade da Prefeitura, o local é utilizado para o descarte inadequado de lixo, o que, conforme apontam os moradores, contribui para a proliferação de animais indesejados. Além da preocupação com os bichos, os munícipes ainda precisam conviver com o mau cheiro proveniente de uma tubulação instalada no local. Quem mais sofre com o odor indesejado é a comerciante Sidnéia Valéria dos Santos, 36 anos, proprietária de um boteco que funciona ao lado da área em questão. Como não está ao seu alcance resolver este problema em particular, ela adota outras medidas que ajudem, pelo menos, a minimizar o aparecimento de pragas urbanas.

Para começar, a moradora mantém uma cerca entre o trecho mais crítico do fundo de vale e o seu boteco e providencia mensalmente a limpeza no entorno, onde realizou plantios para tentar valorizar e embelezar o espaço. As precauções, no entanto, só servem para “maquiar” o cenário, uma vez que o cidadão que adentrar a área encontrará lixo acumulado mais adiante. Sidnéia destaca até mesmo a presença de restos de móveis e animais mortos. “As equipes da Prefeitura só aparecem para fazer a limpeza quando ocorrem denúncias. O ideal seria que esse tipo de ação fosse feita com frequência”, avalia a comerciante, que também pede uma atenção especial da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para o mau cheiro exalado no local. “A situação piora ainda mais em dias de chuva, pois o lixo é carregado pela água e entope o bueiro da rua”, comenta. Em nota, a Sabesp informa que irá verificar o ocorrido.

Falta consciência

O aposentado Mário Carnelós, 80 anos, lamenta o estado em que se encontra o fundo de vale e acredita que as consequências para a vizinhança poderiam ser abreviadas caso os munícipes ajudassem a preservar o local. “Há alguns cidadãos que confundem áreas públicas com depósito de lixo e, como resultado, ficamos expostos a doenças graves como a dengue. Se todos cuidassem desses espaços, nada disso aconteceria”, pondera. A comerciante Maria Leonice Costa Macedo, 41 anos, também solicita providências efetivas em relação ao trecho, que já ameaça a segurança e saúde da população. “Por conta da falta de cuidados, as casas estão sendo invadidas por cobras, ratos, aranhas e escorpiões”, enfatiza.

O serralheiro Donizete Zanuto, 50 anos, diz que o fundo de vale está situado perto de uma avenida – a Juscelino Kubitschek – e, se mal cuidada, é natural que os bichos passem a compartilhar o espaço urbano. Sua principal preocupação é com o filho de três anos, tendo em vista que a família já flagrou um escorpião dentro de casa. “É preciso pegar no pé de quem joga lixo no local”, pontua.

A respeito do cenário abordado na reportagem, a Semea (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) informa que enviará equipes para verificar a situação do local e, se necessário, fazer a limpeza. Ressalta que o município dispõe de dezenas de fundos de vale e a administração tem limitação de equipes para mantê-los limpos sem o apoio da população. “É fundamental que o munícipe faça a sua parte e não descarte lixo nesses locais”, orienta.

Prática ilegal

Em visita ao bairro, a reportagem constatou, dentro do fundo de vale, um ambiente reservado para a criação de galinhas – aparentemente, uma estratégia encontrada por munícipes para minimizar a ocorrência de animais peçonhentos como escorpiões. A prática, contudo, é ilegal na cidade, considerando que favorece a proliferação de doenças como a leishmaniose. De acordo com a Lei Municipal 7.307/2010, o responsável pela criação de galinhas e porcos em áreas urbanas está sujeito à multa de 200 UFMs (Unidades Fiscais do Município), equivalente a R$ 740,7, valor este que pode ser dobrado em caso de reincidência.

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