Macrorregião de Prudente registra aumento contínuo de casos de infarto nos últimos 5 anos

Análise das estatísticas, compreendendo os anos de 2018 a 2022, indica que número de internações por ataque cardíaco atingiu seu ápice no ano passado com 648 casos

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 13/08/2023
Horário 05:10
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Verificação da pressão arterial: cuidado essencial para a saúde do paciente
Verificação da pressão arterial: cuidado essencial para a saúde do paciente

Nos últimos cinco anos, a macrorregião de Presidente Prudente tem enfrentado um aumento no número de internações por infarto agudo do miocárdio, de acordo com os dados disponibilizados pelo DataSUS, o sistema digital do SUS (Sistema Único de Saúde)  A análise das estatísticas, compreendendo os anos de 2018 a 2022, revela uma tendência ascendente, com exceção nos anos de 2019 e 2021, quando houve uma leve queda nas ocorrências.

Os números coletados por meio do DataSUS mostram a seguinte evolução ao longo dos últimos anos: em 2018, foram registrados 542 casos de infarto na região; em 2019, esse número foi de 537; já em 2020, a cifra subiu para 635 casos; em 2021, houve um declínio para 586 casos; e, por fim, em 2022, o número de internações por infarto atingiu seu ápice, com 648 casos. No total, neste recorte de cinco anos, foram registradas 2948 internações por conta de ataques cardíacos.

Diante deste recorte de casos de infartos nos últimos cinco anos no oeste paulista e para entender as possíveis causas desse aumento e esclarecer as medidas preventivas e tratamentos necessários, a reportagem de O Imparcial colheu a perspectiva da médica cardiologista, doutora Talita Tiemi Hoshino Bueno, do HR (Hospital Regional) de Presidente Prudente.

 

“AUMENTOU MUITO”

“Nesses últimos 5 anos, é possível ver que a incidência dos casos de infarto aumentou muito. Tendo só um ano isolado, que foi 2021, que teve uma queda da ocorrência. Mas se for olhar de uma forma gradual, aumentou”, inicia Talita Hoshino.

A cardiologista aponta que o período de crescimento das internações por infarto na região coincidiu com o início da pandemia. Durante esse período, de modo mais amplo, segundo a perspectiva da média, muitas pessoas permaneceram mais tempo em casa e acabaram negligenciando o cuidado com doenças crônicas como hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia. “Além disso, [as pessoas] ficaram mais ansiosas, tenderam a fumar mais, fizeram menos exercícios físicos, e ficaram mais sedentárias. Basicamente todas essas doenças, ou seja, esses hábitos de vida ruins, podem levar ao aumento da incidência de infarto”, alerta a doutora.

 

A PREVENÇÃO É

O MELHOR REMÉDIO

A especialista destaca que a prevenção é fundamental para evitar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Segundo a médica Talita Hoshino, para manter o coração pulsando firme e saudável – distante de um colapso - a pessoa deve evitar o tabagismo e adotar um estilo de vida saudável com atividades físicas regulares e alimentação equilibrada. Essas medidas são cruciais para a redução dos riscos de infarto.

“Logo, para evitar uma morbidade por doença cardiovascular, será necessário deixar todas essas doenças crônicas bem controladas, evitar o cigarro, e ter uma qualidade de vida mais satisfatória com atividade física e alimentação saudável”, completa a especialista.

 

QUAIS SÃO OS

PRINCIPAIS SINTOMAS?

Quando questionada sobre os sintomas do infarto agudo do miocárdio, a doutora Talita esclarece que a dor torácica é o sintoma mais comum, geralmente apresentando-se como uma dor mal definida no tórax anterior, acompanhada de sensação de queimação e irradiação para o braço esquerdo, direito ou ambos. “Pode se manifestar também como uma sensação de sufocamento ou aperto na garganta, e sintomas como falta de ar, sudorese, náusea e vômitos que podem vir acompanhados da dor”, complementa.

No entanto, a médica ressalta com importância que pacientes de grupos específicos, como mulheres, idosos, pacientes renais crônicos, transplantados e diabéticos, podem manifestar sintomas atípicos, tornando o diagnóstico mais desafiador. “[Esses pacientes] não manifestam sinais e sintomas clássicos do infarto”, conclui a médica.  

 

ATENDIMENTO EM CASO DE INFARTO

A cardiologista explica que quando um paciente chega ao pronto-socorro com queixa de dor no peito, ele é triado como prioridade, e o eletrocardiograma é realizado em até 10 minutos para identificar a suspeita de infarto.

Segundo Talita, em caso de alta suspeita de infarto, o paciente é imediatamente encaminhado para a sala de emergência ou terapia intensiva, onde será monitorado adequadamente e receberá o tratamento com as medicações apropriadas. “O cateterismo cardíaco deverá ser feito na internação, sendo o exame que identifica qual artéria é culpada pelo infarto e se existe mais de uma artéria comprometida para propor a melhor estratégia, se será através de angioplastia coronária, cirurgia de revascularização do miocárdio ou apenas medicamentoso”, explica a médica.

 

Confira na tabela abaixo o número de internações por infarto agudo do miocárdio na região de Presidente Prudente nos últimos cinco anos:

Ano:

Número de internações:

2018

542 casos

2019

537 casos

2020

635 casos

2021

586 casos

2022

648 casos

Fonte: DataSUS

 

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