Embora não sejam, em um todo, consideradas grupo de risco do novo coronavírus, Covid-19, a preocupação de algumas gestantes e de novas mamães com a sua própria saúde e dos seus filhos, estando eles ainda dentro de seus ventres ou recém-nascidos, é grande. De Presidente Prudente, Camila Gomes Franchini, 32 anos, é uma destas mulheres. Ela que teve suas pequenas gêmeas, Laura e Lívia, no Hospital Estadual Doutor Odilo Antunes de Siqueira, em Presidente Prudente, no dia 22 de fevereiro, diz que a insegurança e o medo são demais, mas estão todos com cuidados redobrados em casa.
“Além delas tenho mais dois filhos, a Larissa, 9 anos, e o Lucas com 8. Deixamos o álcool em gel na porta, para que seja usado antes mesmo de entrar em casa. Quando é extremamente necessário sair, assim que chegamos tiramos os sapatos do lado de fora e quando possível vamos direto para o banho. Mas, o medo é uma realidade dolorosa demais. A vontade é de colocá-los [filhos] dentro de um potinho de vidro até tudo isso passar”, exclama Camila.
Moradora da cidade de Pirapozinho, Marcia Aparecida dos Santos, 30 anos, mãe de quatro filhos também, Sara Geovana de 11 anos, Amanda Victoria (9), Sophia Gabrielly (6), deu a luz à caçulinha, Maria Valentina, bem no meio do furacão, no dia 15 de março, na mesma maternidade que Camila.
“Confesso que no dia em que tive alta senti muito medo, pois proibiram a partir dali que os acompanhantes das mães saíssem. Se o fizessem não poderiam voltar. Com o avanço dessa doença evito sair de casa com a bebê, pois é uma recém-nascida e exige o máximo de cuidados por ter a imunidade baixa. E mantenho a higienização em casa o máximo que posso”, salienta Marcia.
HIGIENIZAÇÃO, CUIDADOS
E EVITE RECEBER VISITAS
O obstetra de Presidente Prudente, Ademar Anzai, explica que de forma geral a imunidade das gestantes é sim baixa, mas de acordo com a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e de acordo com as evidências científicas atuais, ele diz que a infecção do novo coronavírus não tem se mostrado mais grave ou mais frequente em gestantes, puérperas e lactantes. “Entretanto, são recomendadas as mesmas medidas de isolamento para grupos de risco e população em geral. Devem evitar contato com outras pessoas como vem ocorrendo normalmente”, coloca o especialista.
Sobre riscos em contrair o vírus estando grávida, o médico ressalta que são os mesmos da população em geral. E acrescenta que é possível sim superar os sintomas sem problemas, mas as recomendações são as mesmas para todos: procurar atendimento hospitalar em casos de falta de ar, fadiga, dor no peito, taquicardia, febre prolongada ou piora de outros sinais e sintomas respiratórios.
“As novas mamães devem evitar receber visitas ao novo bebê em casa, inclusive de familiares, até segunda ordem das autoridades de saúde. Lavar sempre as mãos antes de pegar os bebês, se possível, usar máscaras ao amamentar, e seguir as mesmas medidas recomendadas pelas organizações de saúde”, completa doutor Anzai.
“O MEDO É UMA REALIDADE DOLOROSA DEMAIS! A VONTADE É DE COLOCÁ-LOS [NOSSOS FILHOS] DENTRO DE UM POTINHO DE VIDRO ATÉ TUDO ISSO PASSAR”
CAMILA GOMES FRANCHINI
 

Arquivo pessoal: Marcia teve Maria Valentina, no meio do furacão, no dia 15 de março
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