Um grupo de manifestantes pacíficos se reuniu no início da tarde de hoje em frente ao MPE (Ministério Público Estadual), em Presidente Prudente, para reivindicar, entre outros assuntos, a reabertura dos serviços considerados como não essenciais no município, como é o caso do comércio. O encontro se deu logo depois de a Prefeitura de Presidente Prudente acatar a recomendação do Ministério Público do Estado de São Paulo de não permitir a abertura dos serviços em questão, já que em seu primeiro dia de mandato o prefeito Ed Thomas (PSB) anunciou que não seguiria o decreto estadual que coloca a região do oeste paulista na fase vermelha do Plano São Paulo. O grupo ainda apresentou denúncia contra o promotor Marcelo Creste, responsável por fazer tais recomendações ao município.
De acordo com a organização da manifestação de hoje, entre os objetivos e reivindicações estavam ainda: solicitar a abertura de novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) fixos para atender toda a região; o envio de mais recursos do governo estadual para a manutenção dos leitos e compra de EPIs (equipamentos de proteção individual); e exigir a prestação detalhada de contas de todo o recurso já enviado pelo governo federal e pelo governo do Estado destinado ao enfrentamento da pandemia.
“Além disso, busca-se ainda a flexibilização do comércio com a reabertura dos serviços considerados não essenciais, fiscalizando o cumprimento das medidas de segurança impostas às pessoas e aos estabelecimentos, e punindo individualmente aqueles que não estiverem cumprindo as determinações, sem punir aqueles que estiverem obedecendo”.
Em nota, o grupo apresentou ainda uma “denúncia de grave violação à dignidade da pessoa humana”, por parte do MPE de Presidente Prudente, representado pelo promotor Marcelo Creste. “O promotor mostra insensibilidade social, tendo em vista que não oferece alternativas para população e para os municípios, coagindo a população e o município com a cogitação de punir, multando a população em um momento de dor”, afirma o grupo, em relação à recomendação de Marcelo Creste para que a Prefeitura não reabrisse tais atividades, sob possiblidade de multa diária.
“Proibir as pessoas de terem o direito básico de trabalhar e prover alimento para si e para seus familiares [...] é um crime grave contra a dignidade humana, sendo assim solicitamos providências a serem adotadas cobrando a responsabilidade do promotor de Justiça mencionado”, enfatiza o grupo manifestante.
A reportagem entrou em contato com o Ministério Público Estadual no fim da manhã de hoje, por meio da Assessoria de Imprensa. Em um e-mail de resposta automática, recebeu a informação de que até quarta-feira a equipe do MPE trabalha em esquema de plantão, até 13h. Talvez por isso, até o fechamento desta matéria, no início da noite de hoje, o MPE ainda não havia se posicionado sobre a manifestação e as alegações em relação ao promotor. A reportagem também tentou contato direto com Marcelo Creste, e ele informou que irá se manifestar em momento oportuno.