Médicos ortopedistas realizaram, nesta quarta-feira, no HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, em Presidente Prudente, uma triagem com pacientes que poderão ser atendidos pelo projeto de combate à escoliose “Mude a Curva”, a ser realizado, possivelmente, nos dias 19, 20, 23 e 24 de maio, na unidade hospitalar. O projeto é uma iniciativa da ONG (organização não governamental) BSSG (Brazilian Spine Study Group) e contempla a realização de procedimentos cirúrgicos de deformidade na coluna de pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). Mais de 30 médicos ortopedistas renomados em nível nacional e internacional participarão do processo.
O médico ortopedista Raphael Pratalli é um dos cinco fundadores do BSSG e explica que a primeira ação do “Mude a Curva” ocorreu, em 2019, em Recife (PE) e, desde lá, a iniciativa organiza condições para agilizar - dentro de uma semana – o número de cirurgias em hospitais públicos, atendidos pelo SUS, em diversas regiões do país. “Com doações de implantes e uma grande equipe médica especializada reunida, a gente consegue fazer uma quantidade maior de cirurgias num período curto, entre 4 e 5 dias, em hospitais que já têm operações de escoliose”, ilustra o médico.
Segundo Pratalli, a prioridade das cirurgias recai em casos de escoliose em crianças e adolescentes devido a menor complexidade do procedimento nesta faixa etária. “Não existe esta restrição de idade, mas a prioridade é para crianças e adolescentes, porque a escoliose do indivíduo adulto é uma outra doença e a cirurgia mais complexa acaba trazendo até uma demanda maior para o hospital e como os médicos da equipe normalmente não são dos hospitais, a gente não gosta de deixar casos complexos que podem necessitar de outras intervenções no futuro”, explica o especialista.
O médico ortopedista Flávio Porto foi a ponte da vinda do projeto para Presidente Prudente. Ele participou, como médico voluntário, em uma ação do “Mude a Curva”, em Teresina, capital do Piauí, e, além do aprendizado adquirido naquela ocasião, a percepção da contribuição social do projeto o fez, a partir de uma conversa com sua esposa Sheila Magro Porto, que é enfermeira, tomar a iniciativa de tentar viabilizar a realização do projeto “Mude a Curva” no oeste paulista. Depois [de Teresina], a gente teve outros mutirões, que eu não participei, mas vi que a fila na região era relativamente grande e estava com uma certa dificuldade de andar”, conta Porto.
“Acho que é uma grande realização que auxiliará muitas famílias, porque são crianças e adolescentes que estão sofrendo diante desta condição. Hoje [quarta-feira] é um grande dia para a gente com esta triagem. E vai ser um grande dia também, maior ainda, depois que a gente fizer as cirurgias e dar alta para estes pacientes”, relata com alegria.
De acordo com Porto, participarão entre 30 e 40 médicos do mutirão em Presidente Prudente, dois deles de Lima, no Peru.
O especialista enfatiza que irá se comprometer a dar andamento, nos meses seguintes, aos pacientes que não forem atendidos pelo projeto, em maio. “Vamos tentar operar o máximo de pacientes no mutirão nestes 3, 4 dias de cirurgias e dar o nosso melhor para resolver o problema de todos os contemplados”, finaliza o médico, agradecendo a Deus pela oportunidade concedida em trazer “Mude a Curva” para Prudente.
Fotos: Cedidas
Médico ortopedista Flávio Porto foi a ponte da vinda do projeto para Prudente
Médico ortopedista Raphael Pratalli é um dos cinco fundadores do BSSG