Merenda escolar é normalizada na rede estadual

REGIÃO - Estevão Salomão

Data 12/04/2016
Horário 15:58
Após quase dois meses recebendo a "merenda seca" como refeição paliativa no período escolar, os alunos da rede estadual de ensino de Rosana foram servidos na manhã de ontem com arroz branco, feijão e frango. De acordo a Diretoria de Ensino da Região de Mirante de Paranapanema, esta é a normalização definitiva do impasse que seguia desde o início das aulas, em 15 de fevereiro, quando o convênio entre município e Estado foi rompido por questões financeiras, gerando assim a responsabilidade estadual pelo fornecimento dos alimentos.

Segundo o dirigente regional de ensino, Sebastião Canevari, 66 anos, os trâmites burocráticos para licitação de uma empresa especializada, que tiveram início ao fim de 2015, resultou no acordo com a WF Serviços Terceirizados Limitada, de São Paulo, a qual deve administrar as atividades durante os próximos 5 anos. Apesar da regularização, Sebastião esclarece que o contrato prevê um prazo de cinco dias para total organização estrutural, que inclui contratação de funcionários e cursos de capacitação.

Desse modo, a partir desta semana, as sete unidades estaduais existentes no município, distribuídas entre os ensinos médio e fundamental responsáveis pela educação de 2,2 mil alunos, deixarão de receber somente as refeições não cozidas, como suco, leite, achocolatado, lanches, frutas e bolachas, e passarão a servir arroz, feijão, macarrão, carnes variadas, peixe, purê de batata, legumes, salada, "entre outras", distribuídas de maneira regular durante o intervalo de aulas.

Na Escola Estadual Francisco Píer Gentile, diferente do que se via desde o início do ano letivo, o intervalo das 9h de ontem contou com a refeição composta por arroz, feijão e frango. Alimento classificado pela estudante Jane Ianuchauskas Silvestre, 16 anos, como "de sustento", visto que, segundo ela, muitos estudantes residem em área rural, e saem de casa "muito cedo". "Apenas bolacha não sustentava", lembra.

Segundo a aluna do 3º ano do ensino médio, Alexya Cristina Alabi Macedo, 17 anos, a mudança é vista "por todos" como um grande "alívio", sendo que este é um direito do aluno, e interfere, inclusive, no aprendizado. "Sabemos que sem se alimentar o aprendizado não é o mesmo, e não são todos que têm condições de comprar um lanche", diz.

 

Rompimento

Como já informado por este diário, de acordo com a prefeita Sandra Aparecida de Sousa Kasai (PSDB), em todos os anos o contrato com o Estado é firmado, entretanto, em 2016 a quantia média de "R$ 0,30 por aluno" que era repassada pelo órgão, já não suportava a demanda existente, de R$ 3, gerando o rompimento contratual. Dentro da lei, a prefeita afirma que rompeu o convênio da merenda no ano passado, com aviso prévio de 180 dias. As unidades municipais de ensino, por sua vez, não possuem relação com este episódio.

 
Publicidade

Veja também