Cerca de 30 integrantes do Movimento em Defesa do Timburi, moradores e produtores do bairro rural prudentino, distribuíram panfletos informativos sobre a implantação de um aterro sanitário no local no Dia Mundial da Água. Ao todo foram entregues 25 mil informativos impressos, boa parte deles distribuída na manhã de ontem, na Praça Nove de Julho.
O geógrafo, professor universitário e integrante da comissão em defesa do bairro, Raul Borges Guimarães, esclarece que a principal intenção da iniciativa é trazer à tona a preocupação com as nascentes e com a preservação do córrego do Timburi, que serve o Rio do Peixe – responsável pelo abastecimento de 70% da população, atualmente. O informativo traz dados sobre a importância da manutenção do manancial de água potável existente no bairro rural e buscar apoio popular para que o eventual empreendimento seja instalado em outra área.
Moradores do bairro rural Timburi distribuíram panfletos sobre instalação de aterro
"No momento aguardamos pela conclusão do inquérito civil que investiga essa obra e cobramos que a Prefeitura assuma seu papel de protagonismo nesse empreendimento, por mais que seja da iniciativa privada, não deixando apenas nas mãos de uma empresa essa construção que pode afetar muitas vidas", declara o integrante da comissão. Isso porque também neste mês um inquérito civil foi instaurado pelo Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente) para apurar possíveis riscos e danos ambientais provenientes da implementação do CGR (Centro de Gerenciamento de Resíduos), investigação que ainda segue em andamento.
Já em relação à ação do município, como noticiado por este diário, após um pedido da Prefeitura, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) concedeu um prazo maior para o encerramento do vazadouro municipal (lixão), que era previsto para dezembro de 2016 e foi estendido até o fim de maio de 2018. Nesse meio tempo, o prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB) determinou a realização de estudos de viabilidade técnica, ambiental e financeira para a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos domiciliares em um aterro municipal ou em outro local devidamente licenciado.
José Hilário Pasquini, que também integra a comissão e é proprietário de uma área no bairro, reforça que a intenção da distribuição de panfletos – custeada pelos próprios moradores – e da caminhada realizada no calçadão são, principalmente, trazer informações aos prudentinos. "Por incrível que pareça, há muitos que ainda sequer estão sabendo sobre a possibilidade da instalação do aterro", pontua.
Audiência
No início deste mês foi realizada uma audiência pública sobre a implementação do CGR em uma área do Timburi, empreendimento proposto pela empresa Estre, a qual pertence a Geo Vision Soluções Ambientais e Energia, com a apresentação do EIA/Rima (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental) à comunidade, entidades, órgãos e autoridades.
A audiência foi presidida pelo secretário-executivo do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), Germano Seara Filho, e todos os assuntos abordados foram compilados em uma ata, que será analisada pela Cetesb. Após elaboração de parecer da agência ambiental sobre a viabilidade do empreendimento, este será encaminhado ao Consema, que pode aprovar definitivamente o empreendimento, para que ele consiga as devidas licenças para operar.
