"A fotografia não fala, mas é através dela que consigo emitir o mais alto dos gritos". A frase do fotógrafo paulista Simão Salomão, 50 anos, contextualiza a exposição fotográfica "Árvores SP", disponível até o dia 27 de março no Sesi (Serviço Social da Indústria) da Vila Furquim, em Presidente Prudente. Com entrada gratuita para o público em geral, a expectativa é de que pelo menos mil pessoas passem pelo local durante o período.

Através de 20 imagens de árvores, registradas em diferentes regiões da capital paulista, a mostra reúne imagens desde a década de 1990, quando Simão passou a trabalhar no projeto. O objetivo, segundo o profissional, é retratar por meio de imagens a realidade urbana, onde "cada vez mais se observa prédios e menos árvores".

20 quadros compoem a exibição do fotógrafo paulista, Simão Salomão, até dia 24 de março

Com referências às origens ambientais, Simão envolve em sua composição uma mistura de técnica, estética e, principalmente, olhar fotográfico, sendo este último a principal "ferramenta do real", classificado por ele como incentivador das principais mensagens de conscientização; as quais envolvem a escassez de animais nos ambientes paulistas, bem como a consequente impermeabilização do solo, sobretudo como fator de enchentes e desequilíbrios ambientais. "A ideia é denunciar a falta e a solidão de cada um desses arbustos em meio à rotina diária de toda população", reflete.

Ativista de nascimento, Simão compara a atual exibição como resgate da fotografia documental, mais especificamente as defendidas em meados de 1970, ao decorrer da Guerra do Vietnã, responsável pela famosa fotografia de Huynh Cong "Nick" Ut, que flagra Kim Phuc com então 9 anos de idade, correndo entre o vilarejo vietnamita. "É um exemplo de como a fotografia pode imortalizar a história", compara.

Sendo assim, por meio dos 20 quadros expostos no Sesi - e que deve percorrer mais de 50 cidades do Estado - os retratos "gritam" aos olhos de toda população quanto à necessidade de preservar, conscientizar e eternizar a permanência do cultivo, não apenas na capital, mas "em todos os cantos do Brasil". "Não podemos continuar aceitando o descaso com o meio ambiente", relata Simão.

De acordo com a agente cultural do Sesi, Hilda Pereira de Souza, a expectativa é de que pelo menos mil pessoas, entre famílias e amantes da fotografia passem pelo espaço até o dia 27 de março, tendo como base outras iniciativas semelhantes. Para ela, esta é uma oportunidade de reflexão para todos, haja vista o reflexo de situações comuns em todo contexto urbano. "Por mais que sejam fotos da cidade de São Paulo, não deixa de ser um exemplo", analisa.

 

O fotógrafo

A câmera profissional entrou em sua vida de maneira definitiva quando tinha 14 anos, e a partir daí tornou-se um fotógrafo de vocação. Simão como é conhecido entre o universo fotográfico, é tecnólogo por formação e profissão e dedica parte de seu trabalho à documentação histórica da capital. Sua preferêcia documental são as pessoas, a miscigenação e as diferetes origens do povo brasileiro. A exposição no Sesi está inclusa numa série de manifestações produzidas pelo "artista", entre elas estão as realizadas na  Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) e a Biblioteca Mário de Andrade.

 

SERVIÇO

A exposição "Árvores SP" está organizada ro rall de entrada do Sesi, no piso superior, com horário de entrada de segunda a sexta-feiras, das 8h às 19h30 e aos sábados das 9h as 16h. O Sesi de Prudente fica localizado na Avenida Ibraim Nobre, 585 , no Parque Furquim. Para mais informações basta entrar em contato com o serviço através do telefone 3901-8119.

 

SAIBA MAIS

AOS INTERESSADOS

Aqueles que quiserem acompanhar toda a programação cultural do Sesi-SP, devem acessar a página  www.sesisp.org.br/cultura