Mulheres são tema de mostra itinerante que começa na segunda, no Cras Praça CEU

Dezenove obras inéditas, produzidas em um período de três meses pela artista Juliana Scorza, serão expostas pela primeira vez, em Prudente

VARIEDADES - MELLINA DOMINATO

Data 03/02/2024
Horário 08:30
Foto: Cedida
Trabalhos foram feitos através da arte naif, com cores fortes, vibrantes e traços quase infantis
Trabalhos foram feitos através da arte naif, com cores fortes, vibrantes e traços quase infantis

“Um olhar poético sobre a saga da mulher periférica com as mais diversas vivências de superação e ternura”. Assim define Juliana Scorza, o tema de suas 19 obras inéditas, produzidas em um período de três meses, as quais serão expostas pela primeira vez, em Presidente Prudente, na mostra itinerante “Mulheres e suas histórias-Poéticas visual em arte Naif”. A exposição poderá ser conferida, a partir de segunda-feira, dia 5 de fevereiro, no Cras (Centro de Referência de Assistência Social) Praça CEU, no Parque Alvorada, onde ficará até o dia 26 de fevereiro. 

Já do dia 28 de fevereiro até 13 de março, as telas seguem para o Cras Morada do Sol, encerrando as exibições de 15 a 29 de março, no Cras Augusto de Paula. A visitação é gratuita e pode ser feita por toda comunidade, de segunda à sexta-feira, das 9h às 16h.

“O objetivo da mostra itinerante é de facilitar o acesso da população às manifestações artístico-culturais, mais especificamente a terem acesso a uma exposição de artes visuais em seu local de morada e convívio”, diz a artista sobre o projeto, que é contemplado pelo edital Programa Cultura e Arte por toda parte, realizado pela Secretaria da Cultura de Prudente.
Conta que a temática foi escolhida com o intuito de sensibilizar as mulheres para questões sociais no meio onde estão inseridas. “Se deu, primeiro, por eu ser uma mulher, artista, por ter um olhar particular sobre o tema, e fazer parte dessa representatividade. E, particularmente, por ter vivido em algum momento da vida algum tema inserido nas obras expostas”, relata. 

Maternidade, aborto, violência doméstica, assédio, tarefas domésticas, e muitas outras questões relacionadas à vida e ao cotidiano das mulheres brasileiras compõem as obras. “Outro fator importante é que o público feminino pode se identificar com as obras representadas. A mulher, como um todo, a que cuida, trabalha, a mulher com sua origem e como ser marginalizado, como ser real e sagrado. Todas elas, em seu íntimo, carregam o desejo de romper com as injustiças e construírem livres a sua história”, complementa.

Arte Naif

Scorza explica que o trabalho foi feito através da arte naif, palavra de origem francesa, que significa “ingênuo”. “A arte naif é um tipo de arte popular espontânea, com cores fortes, vibrantes, com traços quase infantis. Os artistas naifs retratam figurativamente o que sentem e o que vêm, valorizam a representação de temas cotidianos e manifestações culturais do povo. Segundo alguns curadores, os artistas naifs pintam com alegria e com a alma. Este estilo tem apelo lúdico de fácil identificação e interpretação, o que facilita o acesso à arte nas comunidades periféricas. É através dessa expressão que esta exposição foi produzida e realizada”, promove.

Sobre a escolhas dos Cras para realização de sua mostra itinerante, a artista revela que a seleção se deu por se tratar de unidades que atendem principalmente as mulheres. “E, também, por ser uma população de pouco acesso a centros culturais, com exposições de artes visuais. Então, achei importante a exposição ir até o espaço delas e da comunidade ao redor e, muito mais interessante, poder circular por outros Cras da cidade, fazendo dessa mostra uma itinerância em três centros da cidade”, comemora.

 

 

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