Munícipes do bairro relembram remoção de ciclovia na Rua Alvino Gomes Teixeira

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 27/05/2018
Horário 16:19
José Reis,Tereza se preocupa com acidentes
José Reis,Tereza se preocupa com acidentes

Tudo o que restou da antiga ciclovia da Rua Alvino Gomes Teixeira, em Presidente Prudente, foi a tinta vermelha no asfalto. Em janeiro do ano passado, a Prefeitura realizou a retirada do dispositivo após reivindicações de moradores dos bairros da zona norte, entre eles, o Parque Jabaquara. Diferente do que havia sendo executado desde então, a ciclofaixa foi implantada no centro da pista, o que, de acordo com a população, colocava em risco a segurança dos condutores – tanto é que um motociclista chegou a morrer no local. Na época em que a demolição foi iniciada, o prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB) afirmou que repensaria o dispositivo, sendo que o objetivo era reposicioná-lo na lateral da via. Desde então, nada foi concretizado.

A dona de casa Silvana Brambilla, 52 anos, era a favor da remoção da ciclovia, já que não concordava com uma no centro da rua. Para ela, a implantação do dispositivo foi “investimento jogado no lixo” e que não trouxe resultados favoráveis para os usuários do trecho. O aposentado Raimundo de Oliveira Souza, 81 anos, relembra a mobilização formada naquele período em prol da retirada da ciclofaixa. Segundo ele, nenhum morador queria uma faixa de ciclistas no meio da Alvino, que já é perigosa por si só. “O movimento é alto e temos que tomar cuidado na hora de atravessar, pois a via não tem uma faixa de pedestre aqui no nosso trecho”, menciona. A dona de casa Tereza Leite Barbosa, 52 anos, compartilha a opinião da vizinhança. “A ciclovia gerava muitos acidentes, inclusive morte. Os riscos eram altos”, pondera.

A Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) esclarece que a administração ainda estuda a melhor forma de implantar a ciclovia naquele local, “de maneira segura tanto para os ciclistas quanto para os motoristas e pedestres”. A pasta ressalta que a cidade já tem aproximadamente 20 quilômetros de ciclovias entregues, incluindo um trecho de 3 km na região norte do município, ligando o Jardim Morada do Sol até as proximidades do Brasil Novo.

 

Antiga zona

Para o aposentado Raimundo, quem chega hoje ao Parque Jabaquara pode nem acreditar que o bairro já abrigou a antiga Zona do Meretrício. Ele relata que, desde que o bairro começou a desenvolver um novo perfil, o cenário passou a ser outro: a chegada de novas casas e moradores foi emprestando ao local um caráter familiar. O operador de máquinas Antônio Carlos Tricote, 64 anos, também destaca este processo de transição. “Hoje, há muitas famílias morando no Jabaquara, que se tornou um bairro bastante sossegado”, avalia.

Conforme tratado por este especial na última vez que a reportagem esteve no Jabaquara, em agosto de 2016, antes de receber este nome, o local era denominado Vila dos Eucaliptos e conhecido popularmente como Zona do Meretrício, em função da concentração de prostíbulos no local. Em 1965, com o objetivo de reduzir o número de crimes ocorridos na região, como o tráfico de drogas, o delegado adjunto da época, Murilo de Macedo Pereira, tomou a decisão de encerrar as atividades de todos os bordéis que ali existiam. Na ocasião, as proprietárias dos prostíbulos foram obrigadas a assinar uma notificação tomando conhecimento da medida e as meretrizes receberam um prazo para desocupar as residências.

 

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