Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil

OPINIÃO - Lino Rampazzo

Data 12/10/2022
Horário 04:30

No dia 12 de outubro, celebramos a solenidade de Nossa Senhora Aparecida, rainha e padroeira do Brasil. Trata-se de dois títulos distintos, ligados a dois fatos históricos da Igreja do Brasil.
No dia 8 de setembro de 1904, Nossa Senhora foi proclamada Rainha do Brasil em missa solene celebrada na praça em frente à Basílica Histórica de Aparecida, com a presença de 15 mil fiéis e 14 bispos. Presidiu a celebração o cardeal Joaquim Arcoverde, arcebispo do Rio de Janeiro.
No dia 31 de maio de 1931, em frente à Igreja de São Francisco de Paula, no Rio de Janeiro, Nossa Senhora foi proclamada padroeira do Brasil. À capital do país acorreram cerca de um milhão de pessoas. Estiveram presentes no ato de Proclamação Patronal o então presidente da República, Getúlio Vargas, seus ministros e autoridades civis e militares, que aos pés da Virgem prestaram a reverência do Estado. A missa foi presidida pelo cardeal Sebastião Leme, arcebispo do Rio de Janeiro à época.
Ainda sobre a proclamação como rainha do Brasil, no ano de 1868, a princesa Isabel e seu marido, Conde D´Eu, visitaram a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Na ocasião, a filha do imperador presenteou a santa com um manto cravejado de brilhantes e pediu em oração que recebesse a graça de ser mãe.
Em 1884, já com três filhos, a princesa retornou à igreja de Nossa Senhora para agradecer a graça da maternidade e, dessa vez, presenteou a imagem com uma coroa de ouro e diamantes. A peça foi usada 20 anos depois, na coroação da Santa.
Mais tarde, no ano de 1901, diante do sucesso de muitas romarias a Aparecida, os bispos da Província Eclesiástica Meridional do Brasil decidiram realizar a coroação solene de Nossa Senhora Aparecida. E sucessivamente, no ano de 1903, pediram ao papa Pio X, hoje santo, para coroar solenemente a imagem milagrosa de Nossa Senhora Aparecida como rainha do Brasil. O papa Pio X autorizou a coroação na data de 29 de dezembro de 1903.
Sobre a proclamação como padroeira do Brasil, no dia 16 de julho de 1930, a pedido do cardeal Leme, arcebispo do Rio de Janeiro, o papa Pio XI declarou Nossa Senhora Aparecida padroeira do Brasil. Até aquele momento, o padroeiro do país era São Pedro de Alcântara. Este santo era de origem espanhola. Pertencia à ordem dos capuchinhos, mas atuou por vários anos em Portugal, sendo muito apreciado até pelo Rei Dom João III (1502-1557), o mesmo soberano que no ano de 1549 tinha enviado os jesuítas para o Brasil.
São Pedro de Alcântara era o santo de devoção da corte portuguesa e, por isso, tanto Dom Pedro I quanto Dom Pedro II chamavam-se também "Pedro de Alcântara". Mas a devoção a Nossa Senhora Aparecida estava muito mais ligada à história do Brasil: o que motivou o pedido do cardeal Leme ao papa Pio XI para que Nossa Senhora fosse proclamada também padroeira.
Foi após o Congresso Mariano, ocorrido em Aparecida (SP), em 1929, pelas comemorações do jubileu de prata da coroação da imagem (1904), que surgiu o desejo de solicitar ao santo padre o papa Pio XI que declarasse Nossa Senhora da Conceição Aparecida, então rainha, agora também padroeira do Brasil.
No dia 16 de julho de 1930, o papa Pio XI concordou com a solicitação nestes termos: “Constituímos e declaramos a beatíssima Virgem Maria, concebida sem mancha, conhecida sob o título de ‘Aparecida’, padroeira principal de todo o Brasil diante de Deus”.
Permito-me citar uma afirmação do cardeal Motta, primeiro arcebispo de Aparecida: “Nossa Senhora Aparecida foi o maior presente que Deus deu para a Igreja do Brasil”.
Vamos invocar a nossa rainha e padroeira! Em cada época há problemas para resolver. Pensamos no ‘pão de cada dia’ ausente das mesas dos mais pobres; na irmã (Terra) que clama contra o mal provocado por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou, como disse o papa Francisco; e em exageradas tensões políticas, de vários lados, que dificultam uma convivência social pacífica.
Pedimos para a nossa rainha e padroeira que interceda por nós, junto a seu Filho Jesus.
 

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