Entre 2010 e 2022, houve um aumento de 35,71% no número de PCDs (pessoas com deficiência) na região de Presidente Prudente. No período analisado, a quantidade de habitantes com deficiência passou de 60.811 para 82.530, conforme o novo “Observatório dos Direitos da Pessoa com Deficiência”, uma iniciativa da Secretaria de Estado dos Direitos da PCD (Pessoa com Deficiência), em parceria com a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). Sociólogos prudentinos ajudam a entender qual a importância de dimensionar o número de PCDs.
Segundo Marcos Lupércio Ramos, 61 anos, é importante a divulgação de números, mesmo que não sejam absolutos. “A divulgação se faz sempre necessária, considerando que possibilita a criação, relativamente falando, da construção de uma consciência coletiva sobre a questão em si”, expõe ele.
“A importância de dimensionarmos o número de pessoas com deficiência é compreender as necessidades desta população e dar visibilidade para um grupo que, por muito tempo, ficou à margem na sociedade. Este aumento é fruto de uma série de políticas que já ocorreram, inclusive a criação do Estatuto da Pessoa com Deficiência em 2015”, acrescenta o sociólogo Heitor Ribeiro , que também é professor e historiador.
Marcos Lupércio salienta que as políticas públicas só são criadas quando há uma demanda e a mesma é cobrada pela sociedade organizada, organizações civis ou mesmo quando o “fato” surge na imprensa. O poder público exige “um acionamento”. “Não deveria ser assim. Mas para que ocorra esse ‘acionamento’ há que se haver a ‘conscientização’ de parcelas significativas da sociedade sobre a questão em si, no caso das PCDs”, denota o especialista.
Perguntado aos sociólogos se o aumento dessa população implica na necessidade de novas políticas públicas que a atendam com eficiência, Heitor diz que a plena integração social da pessoa com deficiência se faz necessária, por isso as políticas públicas devem seguir em ampliação para possibilitar a cidadania plena deste público. “Políticas que busquem equidade”, acentua.
Marcos Lupércio, por sua vez, frisa que, em termos de causas para o aumento no número de PCDs, não tem conhecimento de causa para discutir isso. Apenas “percepções”, mas que carecem de dados científicos. “Mesmo porque são várias as possíveis causas e muitas, creio, ligadas ao modo de vida, mas também às condições sanitárias e de saúde, a exemplo das consequências do zikavirus. Que, no caso desse exemplo, tem conotação, também, com o modo de vida”, coloca.
Mas, ressalva que, independentemente das causas, há que se haver políticas públicas que deem assistência às PCDs. “E, para tanto, a pressão social sobre os ‘políticos de plantão’, assim como o acionamento do Poder Judiciário, são essenciais”, considera Marcos Lupércio.
Quantidade de habitantes com deficiência na região
Município |
Ano de 2010 |
Ano de 2022 |
Participação Total da População em 2022 |
Presidente Prudente |
13.914 |
18.914 |
8,38% |
Presidente Epitácio |
3.786 |
5.136 |
13,00% |
Dracena |
3.213 |
4.360 |
9,59% |
Presidente Venceslau |
2.842 |
3.857 |
10,96% |
Adamantina |
2.369 |
3.216 |
9,27% |
Rancharia |
2.343 |
3.180 |
11,12% |
Osvaldo Cruz |
2.140 |
2.904 |
9,29% |
Martinópolis |
1.968 |
2.670 |
10,73% |
Álvares Machado |
1.628 |
2.208 |
8,10% |
Rosana |
1.615 |
2.191 |
12,56% |
Santo Anastácio |
1.519 |
2.062 |
11,48% |
Teodoro Sampaio |
1.515 |
2.057 |
9,28% |
Pirapozinho |
1.504 |
2.041 |
8,5% |
Mirante do Paranapanema |
1.482 |
2.011 |
12,63% |
Panorama |
1.387 |
1.882 |
12,58% |
Presidente Bernardes |
1.359 |
1.844 |
12,73% |
Lucélia |
1.300 |
1.764 |
8,79% |
Regente Feijó |
1.280 |
1.737 |
8,62% |
Junqueirópolis |
1.242 |
1.685 |
8,24% |
Euclides da Cunha Paulista |
781 |
1.060 |
13,38% |
Tupi Paulista |
781 |
1.060 |
6,69% |
Pacaembu |
780 |
1.059 |
7,12% |
Ouro Verde |
766 |
1.041 |
13,38% |
Flórida Paulista |
748 |
1.016 |
7,84% |
Iepê |
680 |
924 |
12,13% |
Irapuru |
644 |
876 |
12,36% |
Taciba |
428 |
581 |
9,28% |
Tarabai |
398 |
541 |
8,28% |
Sandovalina |
385 |
522 |
14,32% |
Narandiba |
381 |
517 |
9,05% |
Indiana |
357 |
484 |
9,51% |
Caiabu |
356 |
483 |
13,01% |
Caiuá |
356 |
483 |
8,84% |
Monte Castelo |
339 |
461 |
10,92% |
Salmourão |
300 |
406 |
8,44% |
Piquerobi |
298 |
404 |
12,38% |
Marabá Paulista |
282 |
383 |
8,38% |
Pauliceia |
272 |
369 |
4,64% |
Alfredo Marcondes |
267 |
363 |
8,17% |
Anhumas |
258 |
350 |
8,70% |
Santa Mercedes |
256 |
347 |
11,74% |
São João do Pau D’Álho |
242 |
329 |
14,67% |
Mariápolis |
241 |
327 |
9,31% |
Emilianópolis |
223 |
303 |
10,05% |
Ribeirão dos Índios |
211 |
286 |
14,12% |
Santo Expedito |
202 |
275 |
9,17% |
Nova Guataporanga |
195 |
265 |
12,29 |
Inúbia Paulista |
192 |
261 |
7,22% |
Nantes |
178 |
243 |
9,14% |
Flora Rica |
171 |
233 |
15,67% |
Estrela do Norte |
140 |
191 |
7,07% |
Pracinha |
136 |
184 |
7,14% |
Sagres |
135 |
184 |
7,44% |
Total |
60.811 |
82.530 |
|
Fonte: Observatório dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Fotos: Cedidas
Marcos Lupércio diz que há que se haver políticas públicas que deem assistência às PCDs
Heitor Ribeiro: “É importante dar visibilidade para um grupo que, por muito tempo, ficou à margem na sociedade”