Número de pessoas com deficiência na região é 35,71% maior em 12 anos

Conforme levantamento, em 2010, eram 60.811 habitantes, e em 2022 saltou para 82.530; sociólogos falam da importância de dimensionar quantidade desta população

REGIÃO - OSLAINE SILVA

Data 02/03/2024
Horário 04:00
Foto: Freepik
Em 2022, região contava com 82.530 pessoas com deficiência
Em 2022, região contava com 82.530 pessoas com deficiência

Entre 2010 e 2022, houve um aumento de 35,71% no número de PCDs (pessoas com deficiência) na região de Presidente Prudente. No período analisado, a quantidade de habitantes com deficiência passou de 60.811 para 82.530, conforme o novo “Observatório dos Direitos da Pessoa com Deficiência”, uma iniciativa da Secretaria de Estado dos Direitos da PCD (Pessoa com Deficiência), em parceria com a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). Sociólogos prudentinos ajudam a entender qual a importância de dimensionar o número de PCDs.

Segundo Marcos Lupércio Ramos, 61 anos, é importante a divulgação de números, mesmo que não sejam absolutos. “A divulgação se faz sempre necessária, considerando que possibilita a criação, relativamente falando, da construção de uma consciência coletiva sobre a questão em si”, expõe ele. 

“A importância de dimensionarmos o número de pessoas com deficiência é compreender as necessidades desta população e dar visibilidade para um grupo que, por muito tempo, ficou à margem na sociedade. Este aumento é fruto de uma série de políticas que já ocorreram, inclusive a criação do Estatuto da Pessoa com Deficiência em 2015”, acrescenta o sociólogo Heitor Ribeiro , que também é professor e historiador.

Conscientização

Marcos Lupércio salienta que as políticas públicas só são criadas quando há uma demanda e a mesma é cobrada pela sociedade organizada, organizações civis ou mesmo quando o “fato” surge na imprensa. O poder público exige “um acionamento”. “Não deveria ser assim. Mas para que ocorra esse ‘acionamento’ há que se haver a ‘conscientização’ de parcelas significativas da sociedade sobre a questão em si, no caso das PCDs”, denota o especialista.

Políticas públicas

Perguntado aos sociólogos se o aumento dessa população implica na necessidade de novas políticas públicas que a atendam com eficiência, Heitor diz que a plena integração social da pessoa com deficiência se faz necessária, por isso as políticas públicas devem seguir em ampliação para possibilitar a cidadania plena deste público. “Políticas que busquem equidade”, acentua.

Marcos Lupércio, por sua vez, frisa que, em termos de causas para o aumento no número de PCDs, não tem conhecimento de causa para discutir isso. Apenas “percepções”, mas que carecem de dados científicos. “Mesmo porque são várias as possíveis causas e muitas, creio, ligadas ao modo de vida, mas também às condições sanitárias e de saúde, a exemplo das consequências do zikavirus. Que, no caso desse exemplo, tem conotação, também, com o modo de vida”, coloca.

Mas, ressalva que, independentemente das causas, há que se haver políticas públicas que deem assistência às PCDs. “E, para tanto, a pressão social sobre os ‘políticos de plantão’, assim como o acionamento do Poder Judiciário, são essenciais”, considera Marcos Lupércio.

Quantidade de habitantes com deficiência na região

Município

Ano de 2010

Ano de 2022

Participação Total da População em 2022

Presidente Prudente

13.914

18.914

8,38%

Presidente Epitácio

3.786

5.136

13,00%

Dracena

3.213

4.360

9,59%

Presidente Venceslau

2.842

3.857

10,96%

Adamantina

2.369

3.216

9,27%

Rancharia

2.343

3.180

11,12%

Osvaldo Cruz

2.140

2.904

9,29%

Martinópolis

1.968

2.670

10,73%

Álvares Machado

1.628

2.208

8,10%

Rosana

1.615

2.191

12,56%

Santo Anastácio

1.519

2.062

11,48%

Teodoro Sampaio

1.515

2.057

9,28%

Pirapozinho

1.504

2.041

8,5%

Mirante do Paranapanema

1.482

2.011

12,63%

Panorama

1.387

1.882

12,58%

Presidente Bernardes

1.359

1.844

12,73%

Lucélia

1.300

1.764

8,79%

Regente Feijó

1.280

1.737

8,62%

Junqueirópolis

1.242

1.685

8,24%

Euclides da Cunha Paulista

781

1.060

13,38%

Tupi Paulista

781

1.060

6,69%

Pacaembu

780

1.059

7,12%

Ouro Verde

766

1.041

13,38%

Flórida Paulista

748

1.016

7,84%

Iepê

680

924

12,13%

Irapuru

644

876

12,36%

Taciba

428

581

9,28%

Tarabai

398

541

8,28%

Sandovalina

385

522

14,32%

Narandiba

381

517

9,05%

Indiana

357

484

9,51%

Caiabu

356

483

13,01%

Caiuá

356

483

8,84%

Monte Castelo

339

461

10,92%

Salmourão

300

406

8,44%

Piquerobi

298

404

12,38%

Marabá Paulista

282

383

8,38%

Pauliceia

272

369

4,64%

Alfredo Marcondes

267

363

8,17%

Anhumas

258

350

8,70%

Santa Mercedes

256

347

11,74%

São João do Pau D’Álho

242

329

14,67%

Mariápolis

241

327

9,31%

Emilianópolis

223

303

10,05%

Ribeirão dos Índios

211

286

14,12%

Santo Expedito

202

275

9,17%

Nova Guataporanga

195

265

12,29

Inúbia Paulista

192

261

7,22%

Nantes

178

243

9,14%

Flora Rica

171

233

15,67%

Estrela do Norte

140

191

7,07%

Pracinha

136

184

7,14%

Sagres

135

184

7,44%

Total

60.811

82.530

 

Fonte: Observatório dos Direitos da Pessoa com Deficiência

Fotos: Cedidas

Marcos Lupércio diz que há que se haver políticas públicas que deem assistência às PCDs

Heitor Ribeiro: “É importante dar visibilidade para um grupo que, por muito tempo, ficou à margem na sociedade”

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