O pombo que pôs ordem no galinheiro

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor da vela e da velha (no caso, jantar à luz de velas)

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 30/07/2024
Horário 05:30

Tem cada coisa acontecendo no mundo animal de deixar São Francisco de Assis encabulado. No sítio do tio Bastião, que fica perto do Rio do Peixe, quem canta de galo no meio das galinhas é um pombo. Nem o galo índio, que tem fama de briguento, é páreo para o Branquinho, que é como o pessoal do sítio chama o pombo.
Branquinho mete bronca arrulhando adoidado, parecendo até falcão, e bota o galo para correr, bicando a sua, digamos, região glútea, para não dizer outra coisa. O outro galo, um carijó com uma baita crista, também leva bicadas do pombo. E por ser carijó apanha igualmente do galo índio.
Tudo começou quando as quatro pombinhas do harém, quer dizer, do pombal do Branquinho bateram as asas e foram embora, deixando-o mais sozinho do que marido abandonado e, se me permitem outro exemplo comparativo, mais sozinho do que o químico Walt White no final da série Breaking Bad.
Apesar de abandonado pelas pombas, o pombo não perdeu a pose. E continuou empombado, estufando o peito e arrastando a asa literalmente para cima das galinhas. E já começou botando ordem no galinheiro, parecendo até CEO de grandes empresas multinacionais. Com seus arrulhos de assustar gavião e outras aves de rapina, Branquinho estabeleceu até o horário para a galinhada dormir.
Ele dá o exemplo. Antes mesmo do anoitecer é o primeiro a pular para o poleiro. No caso, voa para o poleiro que fica numa árvore no quintal. As galinhas parecem entender o recado do pombo e, uma a uma, se aboletam no poleiro.
Já sei: vocês estão loucos para saber se Branquinho não faz "aquilo" com as galinhas, não é mesmo? Bem, tentar o pombo tenta. Entre uma arrulhada e outra, girando em torno das penosas, com jeito de quem tomou absinto, ele dá o bote, apesar de não ser cascavel. O pombo trepa (epa!) no dorso da galinha e se exercita como qualquer ave macho na hora do pega pra capar.
É evidente que Branquinho tem as suas preferidas, entre frangas e galinhas. Uma delas é uma galinha preta, provando que o pombo não tem preconceito de cor. E como galinha é mansinha, sô! Aceita até pombo em cima.  
O perigo de nascer uma criatura alada esquisita, tipo pombo-galo ou pomba-galinha, está descartado. Tio Bastião explicou que o "pavio" do pombo é curto demais e não alcança o "túnel" por onde passam os ovos. Mas tio Bastião, que pensa em chamar o Globo Rural, acha que Branquinho é recompensado. Ele garante que o pombo "faz" em cima das penas das galinhas.
Por causa do risco de doenças (causadas por pombos), o sitiante não vai trazer novas pombinhas, preferindo arrumar uma galinha garnisé para fazer companhia ao pombo. É que esse tipo de penosa é quase do mesmo tamanho do pombo e, assim, facilitará a "acoplagem", quando Branquinho quiser afogar o ganso.

DROPS

Era um salva-vidas tão eficiente que evitava até o afogamento das mágoas.

Preocupo-me mais com os bagres que morrem nos rios secos do que com os cabeças de bagre do futebol.

O sonho de todo atleta é ter um Umbro amigo.

A vida tem seus altos e baixos, a começar pelo grandalhão e pelo anão.

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