O problema é a educação do motorista

EDITORIAL -

Data 31/10/2020
Horário 04:15

Autoridades de segurança pública e especialistas em trânsito reforçam nas reportagens veiculadas por este diário: “a maior parte dos acidentes poderia ter sido evitada”. Isso porque os dados estatísticos apontam que 94% dos acidentes no Estado de São Paulo são causados por imprudência, imperícia e negligência dos próprios motoristas – uma porcentagem absurdamente alta, ao levar em conta as diversas campanhas, orientações e fiscalizações que ocorrem no território paulista.
A “falha humana”, que é responsável por mortes e a destruição das famílias, precisa passar por um processo de reeducação o quanto antes. Mas, ao que parece, isso está bem longe de se concretizar, pois basta circular pelos centros mais movimentados das áreas urbanas para notar a falta de respeito dos condutores quanto às sinalizações de trânsito: ultrapassagem no sinal vermelho; estacionamento em locais inapropriados; condução de motocicletas e bicicletas elétricas sem equipamentos de proteção; utilização do celular durante a condução, etc.  
Tais atitudes também são constatadas na malha rodoviária. Para se ter uma ideia, na operação Romeiros (9 a 12 de outubro), foram 1.160 flagrantes de excesso de velocidade, 115 ultrapassagens proibidas e 299 registros de não uso do uso de cinto de segurança. São regras básicas e que todos os condutores têm ciência. Ontem, a Polícia Militar Rodoviária deflagrou a operação Finados, e o objetivo é justamente preservar vidas e coibir o cometimento das infrações. Já que o cidadão não ajuda, todos os cuidados para evitar os acidentes foram tomados, inclusive, as paralisações temporárias das obras realizadas pelas concessionárias. 
Porém, de nada adianta o reforço se o motorista não se reeducar. A impressão que fica é de que o condutor não teme os bloqueios rodoviários, muito menos a morte – situação que poderá se inverter a partir do momento em que ele se envolver em uma fatalidade. 
 

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