O relógio pode ajudar na descoberta da demência

OPINIÃO - Sergio Munhoz Pereira

Data 23/11/2022
Horário 04:30

Existem mais de 50 milhões de pessoas com a doença de Alzheimer no mundo, e mais de 1,5 milhão no Brasil, a maior parte ainda sem diagnóstico. 
A doença de Alzheimer não tem cura e se agrava ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada, pois é possível retardar o seu avanço com períodos de maior estabilidade e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família. 
A idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento de demência, assim como hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo. Portanto, muita atenção, pois após os 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos, tendo as mulheres o dobro do risco dos homens. 
Se você acompanhar sua mãe, tia, sogra ou avó numa conversa informal toda semana, poderá observar naturalmente a perda de memória recente, dificuldade para encontrar palavras, às vezes desorientação no tempo, maior dificuldade para tomar decisões. Pode observar também perda de motivação, pequenos sinais de depressão, uma agressividade que não havia e diminuição do interesse por atividades e passatempos. Muitos veem como sinais da "velhice", do processo do envelhecimento, mas infelizmente pode ser o início da demência. 
Caso você perceba esquecimentos constantes e que idoso não está sabendo mais os dias da semana ou horários, um simples exercício pode ajudar no processo de identificação: pegue uma folha de papel e uma caneta e peça para o idoso desenhar um relógio com os ponteiros e dizer as horas, ou mostre seu relógio e lhe peça para dizer o horário. É possível constatar muitas vezes total incapacidade. Agora será preciso levá-lo para um médico neurologista, que com história, exame físico, testes psicológicos ou ressonância magnética poderá confirmar o diagnóstico e as orientações. 
As demências não têm cura e se agravam, ao longo do tempo, mas podem e devem ser tratadas, retardadas, criando estabilidade e controlando os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.

 

Publicidade

Veja também