“Sofre, sua dor resignadamente. Sofre, como eu sofri também. Sofre, que a dor vai ensinando a gente, a amar e um dia querer bem”. Trechos da eterna música dos boêmios: Perfídia. Tenho certeza absoluta de que todos já passamos ou estamos passando por momentos tristes, de dor, de sofrimento. Assim como a alegria, a felicidade, ínsito está em cada um de nós o acabrunhamento, a melancolia, as fraquezas e os queixumes por doenças. Fracassos e obstáculos que integram nossa caminhada terrena. É impossível uma pessoa boa escapar do sofrimento. É que as pessoas boas amam e inexiste amor sem experiência de dor.
Quem ama se expõe ao sofrimento, porque abriu seu coração. Quem é incapaz de sofrer, também é incapaz de amar. E, no mundo inteiro, o único lugar onde a dor e o amor se abraçam, é nos corações das pessoas boas. Se você, caro leitor tem lutado, sofrido e chorado por sua família e pelas pessoas que você ama, saiba que quem trabalha por sua família, faz bem; quem ora pela sua prole, faz muito. Mas quem chora pela própria família, faz, indubitavelmente, tudo.
Por vezes, meditabundos, vasculhando a profundidade e o recôndito de nossa alma, perguntamos a nós mesmos, quais as razões do sofrimento, ainda que efêmero. Procurei nos livros, em especial, dos teólogos, e encontrei algumas respostas, principalmente no nominado “365 dias com o Senhor”, de Gwen R. Shaw. Segundo a autora, assim preleciona o Senhor para todos nós: “Meu filho, algumas situações te fazem sofrer muito porque não as compreendes. Davi também não conseguia compreender as razões pelas quais os pecadores prosperavam e escapavam ao castigo imediato de minha cólera. Tinha ele a impressão que Eu ignorava o que se passava e por isso sofria. Ele gritava para mim em sua angústia. Às vezes passava o dia todo chorando, procurando minha face. Oferecia sacrifícios e sondava atentamente sua alma. Via transgressores prosperarem apesar de seus pecados e não entendia. Gritava pedindo justiça. Sofria com esse estado de coisas e não conseguia compreender, pelo menos no nível natural. Disse, então, a ele que esses transgressores serão julgados no momento oportuno, cedo ou tarde. Sempre haverá um dia para acerto de contas dos atos prestados na esfera terrena. Então, Jesus disse a Davi: ‘não te desesperes’. Venha até minha presença, encosta sua cabeça no meu peito, serás consolado e entenderá porque os que humilham na terra não receberam o devido castigo. Entenderá que serão eles humilhados junto à Minha presença e os castigos receberão, enquanto os que sofreram serão exaltados...”.
Pergunto a mim mesmo por que estou escrevendo isso? Respondo: Porque somente dissecando e assimilando essa mensagem entenderemos as razões pelas quais estão acontecendo os problemas em nosso sofrido país: o sofrimento do povo, a falta de cultura, de saneamento, de humanidade, de remédios, de hospitais, de médicos, de unidades de tratamentos, enquanto que, paralelamente, verdadeiras e incalculáveis fortunas são e foram surrupiadas desse sofrido povo.
As sentenças jurídicas e terrenas não resolverão ou diminuirão o sofrimento da população. O numerário furtado e/ou roubado não retornará aos cofres públicos. Os delatores serão poupados, não obstante a conivência e a culpa que, publicamente, confessaram. Amigos, só nos resta acreditarmos que eles serão punidos e nossas mazelas servirão de respaldo para uma vida, ainda que em segundo plano, feliz e com Deus. Basta sermos bons, justos e termos sempre Deus no coração. Ah, e usarmos a mais poderosa das armas: o voto!
