Onda de calor ganha força na região nesta semana e temperaturas seguem altas até sábado

No feriado desta quarta, Prudente pode ter máximas entre 39 °C e 40 °C; a partir do dia 18, chegada de frente fria deve trazer chuvas e alívio para população

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 13/11/2023
Horário 14:05
Foto: Freepik
Para evitar riscos à saúde, recomendação é manter-se hidratado
Para evitar riscos à saúde, recomendação é manter-se hidratado

O calor intenso, que começou na última semana, ganha força nos próximos dias. De acordo com o Climatempo, no feriado desta quarta-feira, quando é lembrada a Proclamação da República, Presidente Prudente pode ter máximas entre 39 °C e 40 °C.

O Centro de Monitoramento e Estudos Climáticos e de Previsão do Tempo da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) explica que um sistema de alta pressão atua na região promovendo o tempo seco e temperaturas elevadas.

Os principais modelos indicam que as máximas de até 40 °C devem continuar até sábado, quando as temperaturas começam a cair em função da chegada de uma frente fria, que deve trazer chuvas para a região.

O centro de monitoramento destaca que, ao longo desta semana, há possibilidade de algumas pancadas isoladas de baixo volume.

O Climatempo informa que esta é a quarta onda de calor que o Brasil vive no segundo semestre deste ano e poderá ser mais forte do que as de agosto, setembro e outubro.

"Mesmo com o aumento das pancadas típicas de primavera-verão para os próximos dias, seguiremos com altas temperaturas até o final da semana e com muita atenção, antes da chuva, para umidade baixa", esclarece o instituto. "A qualidade do ar ainda segue prejudicada e a umidade do ar não ajuda aliviar o calorão. A sensação de abafamento continua, principalmente na Grande São Paulo e no interior", completa.

O que é uma onda de calor?

Segundo o Climatempo, onda ou bolha de calor é uma sequência de dias ou até semanas, em que as temperaturas em uma região ficam muito acima da média que seria normal para uma determinada época - em torno de 5 °C ou mais acima da média em uma área ampla.

Ondas de calor são geradas por bloqueios atmosféricos causados por grandes sistemas de alta pressão atmosférica. 

Uma alta pressão causa um forte movimento de ar de cima para baixo chamado de subsidência. A subsidência deixa o ar seco e a redução da umidade do ar inibe o crescimento das nuvens e diminui a chance de chover. Além disso, a alta pressão atmosférica naturalmente comprime o ar próximo da superfície fazendo o ar esquentar mais.

El Niño

Ainda de acordo com o Climatempo, parte do calor acima do normal que o Brasil tem vivido na primavera de 2023 está associada ao fenômeno El Niño, que vem se desenvolvendo no oceano Pacífico Equatorial, na costa do Peru, desde o fim do outono de 2023.

A mudança na circulação de ventos em vários níveis da atmosfera, causada pelo fenômeno, altera o caminho normal das frentes frias sobre a América do Sul. Assim, fica mais difícil a mistura do ar quente com o ar frio, de origem polar, que eventualmente possa chegar ao Brasil junto com as frentes frias.

O El Niño dificulta a formação de corredores de umidade e isso também ajuda a manter o ar mais quente do que o normal sobre o Brasil, com chuvas que ocorrem de forma mais isolada.

A chuva e a nebulosidade são importantes reguladores da temperatura diária. Menos nuvens e menos chuva resultam em mais horas com sol forte e mais calor.

Cuidados com a saúde

O governo de São Paulo expõe que as temperaturas extremas que estão atingindo grande parte do país chamam a atenção para o impacto que as ondas de calor causam no corpo humano, trazendo sintomas como mal-estar, fadiga, dor de cabeça, irritabilidade e indisposição.

“Essa resposta do organismo frente às mudanças bruscas de temperatura chama-se estresse térmico e acontece quando o corpo não consegue se termorregular, ou seja, manter sua temperatura média, que seria em torno de 36,5 ºC”, explica Silvana Vertematti, pediatra e médica do Esporte do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual).

A médica aponta que alguns grupos merecem mais atenção nessa situação, como as crianças e os idosos, pois são mais suscetíveis à vasodilatação no calor e podem apresentar dificuldade na regulação da temperatura do corpo. Nessas faixas etárias, também é comum a falta de percepção de sede, havendo o risco de desidratação.

Pessoas com problemas cardíacos também se encaixam nesse perfil e, caso a doença não esteja controlada, seu quadro pode evoluir para algo mais sério, como um infarto ou AVC (acidente vascular cerebral). Para evitar riscos à saúde, Silvana indica cuidados como manter-se hidratado, já que o suor excessivo leva à perda de substâncias que são importantes para a manutenção do organismo, como sais e eletrólitos, podendo causar problemas renais. Bebidas geladas ajudam o corpo a se resfriar em situações de calor intenso, então são recomendadas.

É preciso evitar a exposição ao sol nos horários das altas temperaturas, pois o calor interno aumenta a vasodilatação, diminuindo ainda mais a pressão. Pessoas com a pressão baixa podem sentir tonturas e até desmaiar.

Outra recomendação é não se exercitar quando a temperatura estiver elevada, priorizando horários em que o calor não é tão intenso. Isso porque ao praticar exercícios, ocorre uma produção muito intensa de calor e isso pode gerar grandes danos, principalmente em pessoas que possuem doenças desconhecidas.

Também é importante evitar o consumo de bebidas alcoólicas, pois elas inibem a produção do hormônio antidiurético e ajudam na desidratação. Caso decida beber, é necessário fazer a ingestão de água junto.

É importante fazer refeições leves e de fácil digestão, incluindo legumes, vegetais e frutas que contenham bastante água em sua composição, pois ajudam na hidratação. Além disso, evitar alimentos que demandam muita energia para serem digeridos, como gorduras e carnes pesadas, porque geram mais calor ainda ao corpo.

Outro cuidado é usar roupas frescas, de cores claras e tecidos respiráveis.

Nos dias extremamente quentes, é melhor ficar em casa ou ir ao parque? “Depende”, explica Silvana. “São muitas variáveis. Não adianta se refrescar na água e tomar sol ao meio-dia ou então consumir cerveja e comer pastel, o corpo não irá reagir bem. É preciso evitar a exposição ao sol e pensar na hidratação e na alimentação. Com informação, podemos fazer escolhas melhores para lidar com as altas temperaturas”, pontua.

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