Pirâmide econômica

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 05/10/2019
Horário 04:31

Toda pirâmide usa marketing multinível, mas nem todo marketing multinível é uma pirâmide. Segundo a revista “Exame”, pirâmide é um esquema de marketing multinível sem lastro real – quando o serviço ou produto oferecido ou não existe de fato ou não é a fonte principal dos recursos obtidos pela empresa. Já o marketing multinível em si ajuda a potencializar o comercial das empresas e por si só não gera malefícios, pelo contrário, pode ser fator de grande sucesso e crescimento sustentável para os negócios.

As pirâmides financeiras existem para enriquecer as pessoas que as idealizaram, geram a ilusão de que são lucrativas e na verdade o produto é de fachada e os resultados também. Com o tempo, a estrutura toda desmorona, alguns ficam com muito dinheiro enquanto outros a ver navios. Este foi o destino dos investidores da Telexfree, BBOM entre muitas outras, inclusive a JJ Invest, que vitimou famosos como o ex-jogador Zico, a atriz Cristiana Pompeo, Sérgio Mallandro. A pirâmide financeira é sustentada por novos associados que pagam taxas e sustentam os que entraram antes, quando este movimento cessa, tudo vem abaixo. No Brasil, a pirâmide financeira é considerada crime contra a economia popular (Lei 1.521/51).

Por outro lado, “marketing multinível é um modelo de venda direta que inclui também o recrutamento indireto de vendedores e participação nos resultados dos recrutados. Não há nada de ilegal nisso” (“Exame”, Por João Pedro Caleiro). Segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), as vendas diretas movimentam mais de R$ 50 bilhões por ano, isto é quase 1% do PIB (Produto Interno Bruto) e contribui para renda de mais de 4 milhões de brasileiros. Por isto, é preciso separar o joio do trigo, pirâmides financeiras são golpes bem orquestrados enquanto empresas como a Hinode, Herbalife, Natura, Polishop entre outras, são negócios com produtos e benefícios reais, que geram crescimento sustentável e geração de emprego.

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