Policiais civis de Presidente Venceslau realizaram durante toda a manhã e início de tarde de ontem, a segunda fase da Operação Sanctorum, realizada pela CPJ (Central de Polícia Judiciária) do município. A ação foi desencadeada no início da manhã, em Cuiabá (MT), e sequestrou sete veículos, cujo valor total é de mais de R$ 1 milhão. "Com o sequestro, todo e qualquer prejuízo experimentado pela santa casa de Venceslau será recomposto, após a alienação antecipada dos bens. Se o valor ultrapassar o prejuízo do hospital local, poderá ser revertido a outras santas casas do interior do Estado", explica o delegado responsável pelas investigações, Everson Contelli.

Veículos foram apreendidos pela polícia e valor será devolvido à santa casa de Venceslau

As diligências tiveram como objetivo aprofundar as investigações dos crimes relacionados à lavagem de dinheiro, decorrente dos crimes identificados anteriormente, o que culminou na apreensão de duas Toyota/Hilux, um Toyota/Rav, dois Honda/Civic, um Hyundai/Santa Fé e um Hyundai/IX 35, registrados em nome de "laranjas", que são familiares dos suspeitos e também figuravam como sócios das empresas fantasmas investigadas.

"O sequestro ocorre quando existem provas de que o produto do crime é revertido em proveito dos investigados, por meio da aquisição de outros bens, e há evidências nos inquéritos policiais de que os bens estão registrados em nome de laranjas, o que tipifica o crime de lavagem de capitais, investigados por outros inquéritos policiais da CPJ", explica nota encaminhada pela Polícia Civil. Além dos veículos, contas bancárias foram bloqueadas, em quantia ainda não revelada pela polícia.

 

Operação Sanctorum

Na semana passada, como noticiado por O Imparcial, quatro detidos durante a Operação Sanctorum tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça do município. Além do provedor afastado da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Venceslau, Antonio José Aldrighi dos Santos, os dois homens detidos em Cuiabá (MT), que seriam os líderes do grupo, e também um suspeito preso em Prudente, permanecem presos por tempo indeterminado. Um quinto pedido de prisão também foi decretado, mas, segundo o delegado, o envolvido permanece foragido.

Segundo as investigações, o grupo é responsável por um suposto esquema de corrupção, com vistas ao desvio de verbas parlamentares destinadas a recuperar santas casas no interior paulista, incluindo a unidade em Venceslau. O advogado Pedro Oberlaender Neto, responsável pela defesa do provedor afastado da santa casa venceslauense, foi procurado pela reportagem para repercutir o assunto, mas não foi localizado. O inquérito, concluído na quinta-feira pela CPJ (Central de Polícia Judiciária) de Venceslau, apontou indícios de que o grupo criminoso teria desviado aproximadamente R$ 20 milhões em verbas de santas casas, somente no interior paulista, dos quais cerca de R$ 800 mil do hospital no município.