Ponte Hélio Serejo completa 50 anos de história

Vale ressaltar que ao longo dos anos, obras de aterro foram feitas no trecho de Bataguassu.

REGIÃO - Rogério Lopes

Data 21/08/2015
Horário 07:25
 

Uma obra monumental, que conta através de sua estrutura a história do desenvolvimento regional, estadual e nacional, diante dos 50 anos de existência – comemorado hoje. Assim se traduz a construção da ponte Hélio Serejo. Construída sobre o Rio Paraná, foi inaugurada em 21 de agosto de 1965, e teve como intuito interligar os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (na época da inauguração toda dimensão territorial mato-grossense era chamada apenas de Mato Grosso até a divisão dos dois Estados), através das cidades de Presidente Epitácio, prosseguindo a partir da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), e Batagussu, na BR-267.

Jornal O Imparcial Construída sobre Rio Paraná, ponte liga Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul

Com 2.550 metros de extensão, a ponte é considerada, por diferentes autoridades, um patrimônio histórico regional (mesmo não tendo este título oficial), devido à importância da construção para ambos os Estados. Em comum, os entrevistados – jornalistas, historiadores, políticos e outras representações da sociedade civil – afirmam que a obra foi o ponto de partida para o desenvolvimento das cidades que integram o oeste paulista, bem como a área de abrangência sul-mato-grossense.

Vale ressaltar que ao longo dos anos, obras de aterro foram feitas no trecho de Bataguassu. De acordo com o secretário de Obras da cidade, Aparecido Donizete Thomazini, foram 11 km de aterros. Quanto aos demais serviços de restauração da ponte, informa que houve uma "grande" recuperação da pista de rolamento da via, entre 2010 e 2012, mas embaixo do viaduto sempre há vistorias e pequenas reformas.

Desde o início dos trabalhos de construção, em meados de 1960, após autorização do então presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira, até a conclusão e entrega, a ponte recebeu atenção, despertou interesse e olhares de dezenas de pessoas dos mais diferentes setores, justamente pela dimensão e importância da iniciativa.

Seguindo estes aspectos, a entrega da benfeitoria não foi diferente e reuniu políticos e autoridades de ambos Estados, governadores, secretários, ministros, imprensa, população local e, até mesmo, o presidente em exercício Humberto de Alencar Castello Branco – primeiro governante nacional do período do Regime Militar Brasileiro – que se deslocou até o interior de São Paulo para prestigiar, discursar e, por fim, inaugurar a obra.

 

Testemunha


Presente durante a cerimônia, o jornalista prudentino Altino Correia lembra que a inauguração foi um verdadeiro evento nacional, já que reuniu grandes lideranças do Brasil, em especial a maior autoridade do país, o presidente Castello Branco, e até sendo acompanhado também por membros de outras nações.

Na época, com 31 anos, o jornalista diz que a abertura da ponte foi um marco na sua trajetória profissional.  Altino ressalta que o clima, além de festivo, também foi de conversas políticas e empresariais, já que governantes municipais e estaduais, integrantes da Presidência e vários empresários se encontravam no local. "Foi um dia histórico. Uma reunião de importantes membros do país", salienta.

Falando um pouco sobre sua participação na solenidade, o jornalista explica que participou como correspondente da rádio AM Presidente Venceslau, responsável por cobrir o evento e transmitir em tempo real, para outras estações, os acontecimentos. "Foi uma experiência sensacional", acrescenta.

 

Mudança de nome


Inicialmente, a ponte recebeu o nome de Maurício Joppert, que foi ministro dos Transportes entre 1945 e 1946. A nomenclatura seguiu até 2012, quando foi alterado para Hélio Serejo. A mudança se deu a partir de vários pedidos da população e amigos do homenageado que nasceu no Mato Grosso, mas se radicou em Venceslau.

Jornalista e escritor, Hélio Serejo foi um dos principais articuladores para a construção da ponte sobre o Rio Paraná.  Segundo Altino, ele fez uma "forte campanha", mobilizando os moradores da região de São Paulo e, na época, Mato Grosso, para que mandassem telegramas à Presidência da República solicitando a obra.

De tanto insistência, Hélio conseguiu "convencer" o presidente Juscelino Kubitschek, que autorizou a construção. "Trabalhou firmemente até que o pedido fosse atendido".

Diante de todo este esforço e pelo anseio da população local, foi considerada válida a mudança do nome da ponte, a partir da Lei Federal nº 12610/2012, sancionada pelo vice-presidente da República em exercício, Michel Temer (PMDB).

 

Coluna


A obra da ponte também é contemplada entre os resgates históricos da coluna O Imparcial 50 anos deste domingo.
Publicidade

Veja também