O número de habitantes na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo cresceu 0,47% neste ano, conforme as estimativas populacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgadas nesta quinta-feira no DOU (Diário Oficial da União). Enquanto em 2019, a região era composta por 895.426 pessoas, neste ano, a quantidade passou para 899.619, o que demonstra um aumento de 4.193 munícipes. Entre as 53 cidades, 44 (83%) apresentaram crescimento populacional, enquanto nove (17%) registraram evasão de residentes.
Tal diminuição ocorreu em Flora Rica (-2,32%), Rosana (-2,18%), Presidente Bernardes (-0,63%), Euclides da Cunha Paulista (-0,49%), São João do Pau d'Alho (-0,24%), Indiana (-0,12%), Sagres (-0,08%), Santo Anastácio (-0,06%) e Ribeirão dos Índios (-0,04%). Em relação aos demais, o que se constata é que a maioria dos municípios (37 deles) apresentou alta entre zero e 1%. Para o sociólogo Marcos Lupércio Ramos, tais índices acompanham o nível de desenvolvimento do país como um todo e também são justificados pelas características da região em termos de geração de empregos.
Segundo ele, há uma dependência muito grande do setor terciário, formado pelo comércio e serviços, sendo que o primeiro em específico está com baixo nível de crescimento e sofre com a concorrência das vendas pela internet, que acabam por gerar empregos em outras regiões e países.
Em decorrência disso, ocorre a migração interna, de forma que parte da população da região está migrando para Estados ou regiões mais dinâmicos do ponto de vista econômico, sendo que o fluxo é crescente no sentido do centro-oeste do Brasil (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás), em razão do maior crescimento econômico destes Estados em função do agronegócio.
O sociólogo Heitor Ribeiro corrobora a ideia. Segundo ele, jovens de cidades com poucos recursos a oferecer saem delas para trabalhar ou estudar em municípios maiores. Inicialmente, tal migração pode ser pendular, que se refere ao deslocamento diário entre um município e outro, de modo que aquele de origem passa a ser uma “cidade-dormitório”. No entanto, devido ao desgaste com o transporte, a tendência é que as pessoas busquem conforto, mudando-se para as cidades maiores e ficando mais próximas do trabalho e estudo.
Marcos acrescenta que o cenário também está associado à diminuição da taxa de fertilidade, o que poderia ser resultado de um melhor planejamento familiar ou mudança cultural, como, por exemplo, o ato de se casar mais tarde, depois de um período maior de namoro. “A chegada do primeiro filho também é postergada em função da carreira dos pais e da busca de curtir mais a vida, seja de solteiro ou mesmo casado”, comenta o especialista.
Heitor aponta que, diante dos menores índices de natalidade, a maior qualidade de vida da população evitou que o problema populacional fosse agravado. De acordo com o profissional, a população idosa dessa geração “não vai durar para sempre” e a reposição está baixa. Por esta razão, espera-se o decréscimo da população brasileira a partir de 2047. “No ano passado, o mundo passou a ter mais avós que netos. A tendência é que no futuro o Brasil como um todo tenha mais idosos que jovens”, comenta.
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Cidades |
Estimativa em 2019 |
Estimativa em 2020 |
Evolução |
Adamantina |
35.068 |
35.111 |
0,12% |
Alfredo Marcondes |
4.166 |
4.184 |
0,43% |
Álvares Machado |
24.915 |
24.998 |
0,33% |
Anhumas |
4.115 |
4.144 |
0,70% |
Caiabu |
4.191 |
4.193 |
0,05% |
Caiuá |
5.874 |
5.946 |
1,23% |
Dracena |
46.793 |
47.043 |
0,53% |
Emilianópolis |
3.214 |
3.227 |
0,40% |
Estrela do Norte |
2.766 |
2.770 |
0,14% |
Euclides da Cunha Paulista |
9.371 |
9.325 |
-0,49% |
Flora Rica |
1.464 |
1.430 |
-2,32% |
Flórida Paulista |
14.640 |
14.790 |
1,02% |
Iepê |
8.159 |
8.194 |
0,43% |
Indiana |
4.885 |
4.879 |
-0,12% |
Inúbia Paulista |
3.991 |
4.019 |
0,70% |
Irapuru |
8.294 |
8.325 |
0,37% |
Junqueirópolis |
20.679 |
20.831 |
0,74% |
Lucélia |
21.747 |
21.886 |
0,64% |
Marabá Paulista |
5.853 |
5.948 |
1,62% |
Mariápolis |
4.084 |
4.091 |
0,17% |
Martinópolis |
26.461 |
26.628 |
0,63% |
Mirante do Paranapanema |
18.259 |
18.338 |
0,43% |
Monte Castelo |
4.166 |
4.166 |
0,00% |
Nantes |
3.141 |
3.179 |
1,21% |
Narandiba |
4.857 |
4.904 |
0,97% |
Nova Guataporanga |
2.316 |
2.325 |
0,39% |
Osvaldo Cruz |
32.879 |
33.000 |
0,37% |
Ouro Verde |
8.562 |
8.620 |
0,68% |
Pacaembu |
14.197 |
14.263 |
0,46% |
Panorama |
15.777 |
15.862 |
0,54% |
Pauliceia |
7.366 |
7.454 |
1,19% |
Piquerobi |
3.692 |
3.699 |
0,19% |
Pirapozinho |
27.527 |
27.754 |
0,82% |
Pracinha |
4.093 |
4.212 |
2,91% |
Presidente Bernardes |
13.106 |
13.023 |
-0,63% |
Presidente Epitácio |
44.200 |
44.389 |
0,43% |
Presidente Prudente |
228.743 |
230.371 |
0,71% |
Presidente Venceslau |
39.516 |
39.583 |
0,17% |
Rancharia |
29.707 |
29.726 |
0,06% |
Regente Feijó |
20.261 |
20.394 |
0,66% |
Ribeirão dos Índios |
2.225 |
2.224 |
-0,04% |
Rosana |
16.643 |
16.281 |
-2,18% |
Sagres |
2.432 |
2.430 |
-0,08% |
Salmourão |
5.300 |
5.337 |
0,70% |
Sandovalina |
4.302 |
4.354 |
1,21% |
Santa Mercedes |
2.939 |
2.943 |
0,14% |
Santo Anastácio |
20.878 |
20.866 |
-0,06% |
Santo Expedito |
3.111 |
3.135 |
0,77% |
São João do Pau-d'Alho |
2.105 |
2.100 |
-0,24% |
Taciba |
6.285 |
6.329 |
0,70% |
Tarabai |
7.468 |
7.540 |
0,96% |
Teodoro Sampaio |
23.148 |
23.273 |
0,54% |
Tupi Paulista |
15.495 |
15.583 |
0,57% |
Total |
895.426 |
899.619 |
0,47% |
Fonte: IBGE