PP é a 14ª cidade menos vulnerável à violência

Em escala de 0 a 1, município garantiu o índice de 0,227 e se enquadra no grupo com dificuldade “baixa” em relação ao problema

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 12/12/2017
Horário 11:08

Foi lançado ontem o 5º IVJ (Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência) 2017, que avaliou 304 municípios brasileiros, em relação à atuação de cada local, referente ao ano de 2015. Única avaliada da região, Presidente Prudente foi enquadrada como a 14ª cidade com menor vulnerabilidade juvenil à violência. O levantamento julga o desempenho da municipalidade, levando em conta outros fatores, como educação e emprego, separando as instâncias em cincos grupos, que vai de baixa a muito alta. No que diz respeito à capital da Alta Sorocabana, a localidade está inclusa no grupo 1, com “baixa” dificuldade em relação ao problema apresentado (veja tabela com as 15 melhores performances).

O índice avalia os municípios em uma escala de 0 a 1, no qual, quanto maior o valor, maior o contexto de vulnerabilidade dos jovens daquele território. No grupo 1, que são os índices até 0,300, estão as cidades com “baixa” dificuldade, assim como Prudente, com 0,227. Em seguida, no grupo 2, com “média-baixa”, classificam-se os índices de 0,300 a 0,370; grupo 3, “média”, de 0,371 a 0,450; grupo 4, “alta”, com 0,451 a 0,500 e, por fim, “muito alta”, com as cidades acima de 0,500.

Mas para chegar a esse número, outros fatores são avaliados, como as condições de vida da população jovem, permanência na escola, forma de inserção no mercado de trabalho e o contexto socioeconômico dos municípios. E para que isso ocorra, a faixa etária analisada corresponde a três grupos, sendo de 15 a 18 anos; 19 a 24 anos; e 25 a 29 anos.

Em nível municipal, quem responde à situação dos jovens que se envolvem em violência, no que diz respeito ao primeiro grupo etário, é o Conselho Tutelar. A coordenadora do órgão, Paloma Leonel, concorda com a “baixa” vulnerabilidade expressada pelo município, ao fazer uma análise geral. À reportagem, ela conta que as ocorrências acabam sendo pontuais e solucionadas. “Para que isso seja feito, no momento em que um adolescente é detectado como vítima ou protagonista de violência, ele é encaminhado ao Cras [Centro de Referência de Assistência Social] ou Creas [Centro de Referência Especializado de Assistência Social], para que o acompanhamento seja feito”, completa. A intenção é ocupá-lo, para que não fique exposto às situações.

Já no caso da maioridade, a Polícia Militar, como já foi ressaltado em outras ocasiões por este diário, julga que o fato de estarmos em uma das regiões mais seguras do Estado de São Paulo, faz com que a avaliação seja, realmente, positiva.

O índice é feito pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República e pela Representação no Brasil da ONU (Organização das Nações Unidas) para a Educação, a Ciência e a Cultura, com apoio técnico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

 

“No momento em que um adolescente é detectado como vítima ou protagonista de violência, ele é encaminhado ao Cras ou Creas, para que o acompanhamento seja feito”

Paloma Leonel,

coordenadora do Conselho Tutelar

 

Elo familiar

“A violência hoje é gerada por motivos banais. E para os jovens, o contato com a família ou a falta dele é o que mais impulsiona a ocasião. Nas cidades do interior, isso é mais incidente, pois o caos temporário nas grandes cidades - gerado pela rotina turbulenta -, faz com que o elo familiar seja mais afetado”. É desta forma, que o sociólogo Marcos Lupércio Ramos explica os motivos que podem impulsionar a vulnerabilidade juvenil à violência ser mais exposta. Para ele, o diálogo familiar é papel fundamental na construção do cidadão de bem, no entanto, tem ficado cada vez mais deixado de lado ao longo dos tempos. Em cidades de porte médio, como Prudente, os pais ainda possuem tempo para ter um bate-papo com o filho, mesmo que ainda seja pouco.

Atrelado a isso, Marcos também comenta sobre o papel da escola que, gradativamente, tem ocupado a maior parte da educação, que na verdade deveria ser como segundo plano. “Desta forma, temos que pensar em melhores métodos, criando mais escolas de tempo integral e não impulsionando o tempo livre ao jovem, que será preenchido, em sua grande parte, pelas redes sociais, que é sim um espaço para propaganda da violência”. Ainda de acordo com ele, a falta de acesso à educação não é um problema, mas sim o formato e qualidade que a mesma oferece.

E a sociedade pode também contribuir para a formação do indivíduo. “Em uma época em que muito se fala da formação religiosa, esses grupos também podem trabalhar nesse sentido. Mas, ao invés de falarmos do amor ao próximo, a prática deve ser mais enfatizada na construção do caráter, já que ela possui forte influência social”, acrescenta o sociólogo.

 

ÍNDICE DE VULNERABILIDADE JUVENIL À VIOLÊNCIA

MUNICÍPIO

VULNERABILIDADE

ÍNDICE

São Caetano do Sul (SP)

Baixa

0,154

Itatiba (SP)

Baixa

0,201

Indaiatuba (SP)

Baixa

0,203

Mogi das Guaçu (SP)

Baixa

0,204

Poços de Caldas (MG)

Baixa

0,204

Sertãozinho (SP)

Baixa

0,206

Jaú (SP)

Baixa

0,207

Valinhos (SP)

Baixa

0,208

Limeira (SP)

Baixa

0,215

Santana Cruz do Sul (RS)

Baixa

0,217

Assis (SP)

Baixa

0,22

Santana do Paranaíba (SP)

Baixa

0,221

São José do Rio Preto (SP)

Baixa

0,224

Presidente Prudente

Baixa

0,227

Itu (SP)

Baixa

0,232

Fonte: 5º Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência

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