PP tem 7 suspeitas de morte por dengue, diz Cremesp

Encontro será realizado amanhã com a classe médica para discutir os óbitos em decorrência da doença e os protocolos de atendimento

PRUDENTE - Mariane Gaspareto

Data 24/02/2016
Horário 09:21
 

Após a ocorrência de sete suspeitas de mortes por dengue em Presidente Prudente um encontro será promovido pela Associação Paulista de Medicina, Cremesp (Conselho Regional de Medicina) e DRS-11 (Departamento Regional de Saúde) para discutir os óbitos na região e os protocolos de atendimento de dengue. Uma palestra será realizada pelo coordenador de Controle de Doenças do Estado, Marcos Boulos, para as equipes médicas da área da saúde nesta quinta-feira, às 19h, na Casa do Médico.

De acordo com o conselheiro regional do Cremesp, Roberto Lofti Júnior, os números extra-oficiais sobre as mortes suspeitas por dengue, doença transmitida pelo Aedes aegypti, já chegam a sete no município, informação que gera grande preocupação entre a classe médica e motivou a realização deste evento.

O promotor de Justiça, Mário Coimbra, por sua vez, também já recebeu informações extra-oficiais das mortes suspeitas. Ele salienta, todavia, que é necessário aguardar pelos laudos do Instituto Adolfo Lutz para se ter uma real dimensão do número de mortes por dengue no município.

No início do mês, O Imparcial noticiou duas possíveis mortes por dengue, a de Miguel Torres Sanches e a de Jorge Higa. No entanto, os laudos confirmando ou não os óbitos pela doença ainda não foram recebidos pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), de acordo com o secretário Sérgio Luiz Cordeiro de Andrade. Ele ressalta que a pasta não divulga mortes suspeitas, pois os únicos dados oficiais aceitos são o do Instituto Adolfo Lutz.

Como já salientado pelo titular da pasta, a maioria desses casos é de mortes de idosos, que têm outras patologias como problemas cardiológicos, diabetes e hipertensão, e só os laudos oficiais transmitem a noção exata da causa da morte, pois os mesmos são embasados nos exames específicos para essa confirmação. Por enquanto, neste ano, a Prefeitura confirmou um óbito em decorrência da dengue, em janeiro.

 

Preocupação

O conselheiro regional do Cremesp aponta que a preocupação com os óbitos por dengue é de toda a sociedade civil e que o intuito da palestra é justamente discutir o atendimento hospitalar, para que haja uma uniformidade no aspecto da prevenção desses casos. A reunião é voltada para a classe médica no intuito de que haja maior atenção aos casos dos grupos de risco (crianças e idosos) que têm outras comorbidades, as quais agravam a infecção pelo flavivírus.

José Wilson Zangirolami, médico infectologista do HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo ressalta que a questão dos óbitos por dengue é delicada e exige uma avaliação mais criteriosa do que rápida, trocando-se a agilidade pela qualidade do exame. Ele esclarece que foi observado em 2015, em todo o Estado, duas principais circunstâncias que causaram mortes por dengue em pessoas com idade avançada: as pessoas que tiveram oportunidade de atendimento, mas a gravidade da doença não foi reconhecida, e acabaram retornando às unidades de saúde em estado mais alarmante; e as que tiveram a assistência médica adequada, mas em razão de possuir outras patologias crônicas não foi possível reverter o quadro.

"Esses dois fatores coexistem, mas nesse momento ninguém sabe dizer qual a proporção de cada um deles", afirma o infectologista. Diante disso, a intenção do encontro dessa quinta-feira é de aprender com a experiência de outras cidades do Estado que já passaram pela situação de surto de dengue e aumento nas suspeitas de óbitos, para saber como reagir à epidemia, utilizando o know-how (conhecimento) da Secretaria de Estado de Saúde, nesse sentido.

 
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