Até o início de 2016, outras cinco Residências Terapêuticas
da rede municipal de Saúde serão inauguradas em Presidente Prudente. Na manhã de ontem ocorreu a inauguração da primeira delas, localizada na Rua Manoel de Jesus Rodrigues, 247, no bairro Residencial Universitário. A unidade funcionará a partir da próxima semana e, assim como as demais, representa apoio para ex-pacientes do Hospital Psiquiátrico São João – que será fechado no fim deste mês.
Como mencionado, a medida ainda contemplará outras cinco residências. Medida, que segundo a coordenadora técnica do Caps (Centro de Atenção Psicossocial), Marly Fernandes dos Santos, dará amparo aos desospitalizados - homens e mulheres - de longa data, que estavam internados no hospital. "É uma continuidade de atendimento aos pacientes que por 40 anos permaneceram na casa. Já os que não se enquadram neste tempo serão direcionados aos seus respectivos municípios", esclarece.
Ainda conforme Marly, cada residência equivale a um gasto de R$ 20 mil mensais, referente a R$ 2 mil por cada paciente. Mantimento proveniente de recursos do Ministério da Saúde, verba que será administrada pelo município por meio do Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista), o qual será o responsável pela contratação de funcionários e sequência dos trabalhos.
De acordo com o diretor executivo do Ciop, Valter Luiz Martins, cada casa contará com oito cuidadores, os quais trabalharão no esquema 12h por 36h, sempre das 7h às 19h e das 19h às 7h, uma vez que o local funcionará 24h por dia, no sistema de moradia. Além desses, haverá também um coordenador psicólogo.
Sobre a vantagem da modalidade, se comparada com atendimentos em hospitais e clínicas convencionais do SUS (Sistema Único de Saúde), Marly deixa claro que são métodos diferentes, e que, na residência, o morador possuirá o apoio municipal, como a retirada de remédios em UBSs (Unidades Básicas de Saúde). "Não é possível diferenciar por meio de valores, pois eles deixaram de ser pacientes", reforça.
Em seu discurso, o prefeito Milton Carlos de Mello, Tupã (PTB), diz que o município absorve mais uma responsabilidade, tendo em vista que o São João é uma unidade privada, e que como já informado por este diário, em 6 de agosto, a Justiça Federal proferiu um despacho onde apresentou à União a relação dos moradores aptos a serem desinstitucionalizados, ou seja, capazes de deixar o hospital rumo à Residência Terapêutica. Por sua vez, Tupã menciona que esta será uma "grande responsabilidade", e depositou toda confiança nos serviços do Ciop. "Queremos que estas pessoas sejam tratadas com todo respeito e com toda assistência merecida", observa.
Residência
Com dez leitos e toda mobiliada, a residência tem 192,96 m². Dimensões que serão responsáveis pelos trabalhos de ressocialização, bem como de suporte pelos profissionais especializados. "Juntamente com os cuidadores, os moradores poderão realizar diferentes atividades, como ir ao supermercado e contribuir com as tarefas domiciliares", diz Marly.
SAIBA MAIS
SÃO JOÃO
Como já informado por
O Imparcial, para a manutenção das atividades no Hospital Psiquiátrico São João, a unidade recebe mensalmente do Estado um repasse de cerca de R$ 224 mil, referente às diárias de R$ 42 por paciente. No entanto, as despesas giram em torno de R$ 500 mil mensais, gerando um déficit de R$ 276 mil por mês. Débito que influencia diretamente no encerramento das funções da instituição.
