O que você conseguiria fazer em 37s90? Para quatro atletas que treinavam e defendiam a bandeira da nossa cidade este curto espaço de tempo foi o suficiente para conquistar a glória e entrar para a história do atletismo nacional.
Há 20 anos, na raia 4, na noite do dia 30 de setembro de 2000, Vicente Lenílson, Édson Luciano, André Domingos e Claudinei Quirino (Cláudio Roberto Sousa na reserva), comandados pelo técnico Jayme Netto, formavam o time brasileiro na Olimpíada de Sidney que conseguiu cruzar a linha de chegada na prova dos 4x100 na honrosa segunda posição, atrás apenas dos norte-americanos, liderados pelo recordista mundial Maurice Greene.
Impossível falar deste feito e não se lembrar da bandeira de Presidente Prudente tremulando para o mundo ao final da prova, assim como é inevitável não lembrar das condições precárias, na época, da pista de treinamento dos atletas, em Prudente, e da cena de improvisados pneus sendo arrastados na cintura visando a preparação daquele heróico quarteto.
Por estas condições e por si só já seria um grande feito. Uma situação que infelizmente continua até os tempos atuais e parece não ter uma política pública capaz de dar suporte adequado aos novos talentos do esporte brasileiro, entre tantos outros problemas estruturais do nosso país. Entrar para um seleto grupo de atletas que já participaram de uma Olimpíada deve ser algo grandioso e eterno, fazer parte do super seleto grupo de medalhistas olímpicos, acredito, deve ser surreal! Colocar uma delas no pescoço é algo como conquistar o espaço e caminhar na lua. É tocar o Santo Graal. Privilégio de poucos, um justo motivo de orgulho.
No ano que seria olímpico, devemos celebrar e reverenciar esta prata com sabor de ouro. É importante não esquecer, reconhecer e dar valor a esta conquista. Que o espírito de superação dos nossos campeões também sirva de inspiração para meninos e meninas que praticam esporte, seja qual for a modalidade, e que as novas gerações levem adiante este exemplo.
