Na quarta-feira, a Petrobras anunciou um reajuste no preço do botijão de gás de cozinha para embalagens de até 13 quilos. De acordo com a empresa, a mudança garante que o valor seja reduzido em R$ 1,03, o que significa que o produto passará a valer de R$ 23,16 para R$ 22,13. Apesar do anúncio, representantes de distribuidoras em Presidente Prudente afirmam que não foram notificados formalmente a respeito do assunto, e que a tendência é de que a baixa não ocorra na cidade.
A redução, que está valendo desde ontem, não leva em consideração os tributos e a margem de lucro na comercialização do produto. Por meio de nota, o Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo) informa que a diferença no preço oscilará entre 5,1% e 3,7%, de acordo com o polo de suprimento. Pelos cálculos, o sindicato diz que o ajuste anunciado deixa o valor praticado pela Petrobras aproximadamente 2,2% acima do preço paridade internacional.
Perda no mercado
Conforme explica Bruno Ginas Rosa, proprietário da empresa Bruno Gás e Água, quando há o reajuste “dificilmente a companhia acata a mudança”. Ele acredita que isso ocorre devido ao preço do gás oscilar constantemente, o que prejudica a venda. Desta forma, o cliente que busca controlar as contas se sente prejudicado, “porque o preço aumenta, e depois reduz. Nunca é fixo”. Na loja em que administra, o botijão de gás está sendo vendido na média de R$ 65 que, segundo Bruno, se houvesse o reajuste constante deveria custar em torno de R$ 70.
O empresário Artur Ramos, 62 anos, trabalha com a distribuição de gás em Prudente há mais de 40 anos. Ele afirma que ainda não foi notificado formalmente pela companhia a respeito do reajuste, mas assim como Bruno, acredita que a queda não deve ocorrer por decisão da companhia. “É melhor manter o custo que os clientes acostumaram, do que mudar com frequência”, finaliza.
A reportagem entrou em contato com as companhias Ultragaz e Liquigás para ouvir um posicionamento a respeito da alteração de preço. No entanto, fomos notificados de que as informações deveriam ser cedidas pelo Sindigás.
Elas não aprovam
Por ano, a dona de casa Suzeli Pereira de Barros Lopes, 47 anos, gasta em torno de R$ 600 com a compra de botijões de gás. Acostumada a utilizar o forno para fazer pães e bolos, acredita que o reajuste anunciado pela Petrobras não vai fazer diferença em suas economias. “Eu estou sempre atenta aos descontos para que sobre mais dinheiro”, afirma.
Da mesma forma como a Suzeli busca economizar na compra, a aposentada Izabel Pazotti Piccinin, 64 anos, utiliza com frequência o botijão. A cada mês, conta que precisa comprar o produto para abastecer o fogão, o que pesa no bolso. Com a possível redução no preço do botijão, acredita que uma mudança mínima “não acrescenta em nada”. Quem também não está contente é a dona de casa Gracielle Cruz Silva, 35 anos. Como utiliza pouco o gás de cozinha, afirma que a mudança no valor é “baixa” e espera que haja uma redução “mais significativa”.