Privilegiados

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 20/06/2021
Horário 04:30

ALERTA: Os citados fiquem em paz, não tenho nada objetivamente contra nenhum.

Desde quando a primeira-dama da República, uma ministra de Estado e sua comitiva aterrissaram em solo prudentino para a entrega de 2.302 cestas básicas arrecadadas por iniciativa dos produtores rurais locais, em 20 de abril, fiquei matutando. Do que vi na imprensa, o ato serviu mais para promoção político-eleitoral. Transformassem o custo da viagem em cestas básicas, talvez, se teria mais que o dobro do distribuído. Depois de alguns dias, li na grande imprensa que o programa Pátria Voluntária gastou mais com propaganda que com efetivas doações.
E nesta semana um fato me fez refletir. Acompanho diariamente o jornal O Imparcial e com muito gosto leio as informações do Plantão – coluna assinada pelo professor Homero Ferreira. Ele anotou na edição de sexta-feira (18 de junho) aquilo que considero uma aula do porquê o Brasil não dá certo. Relatando as conquistas do prefeito de Presidente Prudente e da sua comitiva junto ao governo federal, o colunista ressaltou a fala do também muito bem-quisto e antenado Osvaldo Torino na Rádio Comercial.
Comemoro a conquista do credenciamento do Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente junto ao SUS. A nossa região há tanto anseia e precisa dessa instituição ampliada para o bem de todos, sobretudo das pessoas dependentes do poder público. Mas vamos ao ponto que gostaria de ressaltar. Ficou claro nas publicações que não fossem as boas relações interpessoais de determinadas figuras com os políticos de Brasília estaríamos fadados ao esquecimento.
Sem querer ou perceber, as referidas citações indicam que se você não for amigo do rei, nem tenta! Se você não tiver relações pessoais nas instituições democráticas e “apartidárias”, esqueça a demanda. Até quando aceitaremos simplesmente que aos amigos tudo e aos contrários... deixa pra lá? Será que quando formos a um hospital seremos atendidos mais rapidamente se do outro lado do balcão estiver um amigo nosso e ele nos passar à frente dos outros? Será que o mérito validador da necessidade alheia é ter um privilegiado “fura-filas”? Isso é justo?
Os municípios (aqui da nossa região) cujos governantes não têm relações estreitas com os homens destacados da República ficarão desprovidos em suas necessidades? Quando o povo se cansa dos políticos talvez seja pelo seu “faro fino” de que comparativamente a Justiça olha nome, CPF, cara, convescotes e amizades antes da sentença. Todos somos iguais perante a lei?
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!
 

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