O tema de hoje conversa muito com um tópico previamente abordado sobre cultura do imediatismo. Principalmente após a pandemia, a necessidade de nos adaptarmos ao novo mundo gerou grande alteração do nosso estilo de vida e tem se tornado cada vez mais pauta de saúde mental. Casos de ansiedade, depressão e burnout são cada vez mais comuns. A maneira como levamos a vida está diretamente relacionada com muitos diagnósticos psiquiátricos.
De uma forma bem resumida, a síndrome de burnout (ou síndrome do esgotamento profissional) é um distúrbio emocional caracterizado por estresse, esgotamento emocional e exaustão extrema, no qual o excesso de trabalho acaba sendo a causa desses sintomas.
Recebo muitos relatos de pacientes que se encontram nesse estágio extremo de cansaço e, consequentemente, desmotivação generalizada. Muitas são as piadas vistas sobre já acordar cansado; esperar a sexta-feira logo na segunda, que acabam fazendo sucesso por identificação: muitas pessoas se sentem da mesma maneira. Estamos sempre muito conectados e isso gera um bombardeio de informações a cada minuto. A forma como consumimos conteúdo mudou e as redes sociais vão se adaptando cada vez mais para vídeos mais rápidos e dinâmicos.
Mas qual a conexão disso com esse cansaço geral que tem acometido a população? O excesso de informação e de atividades culmina, em muitos casos, em uma estafa psicológica. É muito simples fazer a conexão de que uma pessoa que exige muito de seu corpo, por exemplo, correndo uma maratona estará exausta e precisará de descanso. Quando se trata de saúde mental e “maratonas psicológicas”, o conceito de descanso não é tão bem aceito.
Temos que constantemente demonstrar produtividade e ir além sem nos preocuparmos com as consequências para ter sucesso neste mundo competitivo em que estamos. É isso que nos é dito e ensinado, mas até quando? Sabemos estipular limites? A resposta para muitas pessoas é: não. O não saber estipular limites e não saber quando parar são grandes causadores de adoecimento e mal-estar.
Entenda que a vida não é uma constante maratona, não fomos feitos para estarmos produtivos, criativos e prontos o tempo todo, por isso, nos sentimos tão estressados e ansiosos. Saber reconhecer o que lhe faz bem sem considerar opinião alheia sobre como seu tempo livre deve ser preenchido é um bom começo. Em seu tempo livre, tente ter um momento consigo mesmo, sem metas e cobranças. Nem sempre tudo que fazemos precisa ter linha de chegada, aproveite o caminho.
