Programa do Sesi apoia recuperação do aprendizado em escolas de 34 cidades da região

Formações visam ajudar cerca de 705 profissionais do oeste paulista no trabalho próximo a alunos com desempenho afetado pela pandemia da Covid-19

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 01/09/2022
Horário 14:59
Foto: Cedida
Iniciativa busca reverter prejuízos do período pandêmico à educação nas escolas públicas
Iniciativa busca reverter prejuízos do período pandêmico à educação nas escolas públicas

Não importa se a escola está localizada na zona urbana ou rural de uma cidade, nem mesmo se essa unidade escolar está em um assentamento. O Programa Emergencial de Educação Pós-pandemia do Sesi (Serviço Social da Indústria), intitulado “Recompondo os saberes”, teve início na região de Presidente Prudente no início deste mês de agosto e os analistas técnicos educacionais da entidade estão apoiando os 34 municípios do oeste do Estado de São Paulo que aderiram ao programa sem custo algum.

Os professores da rede pública destes locais, cerca de 705 profissionais, passam por formações que visam apoiá-los no trabalho próximo aos alunos que precisam recompor o aprendizado, muito afetado pela pandemia de Covid-19. A expectativa é impactar quase 15,5 mil alunos só no oeste do Estado.

Trabalho em andamento

Em Marabá Paulista, o programa emergencial já está a todo vapor. Uma das unidades atendidas é a Escola Municipal Areia Branca, que fica em um assentamento com o mesmo nome. Ela está a 50 km da sede do município, sendo quase 15 km só de estrada de terra.

“O desafio que temos é grande e nossas crianças precisam muito ser apoiadas. Estamos confiantes de que o apoio dado a nós pelo Sesi por meio dos analistas terá muitos frutos”, comenta Jaqueline Torres, coordenadora pedagógica da Escola Municipal Areia Branca.

Em Caiuá, a situação é um pouco parecida, já que a Emefei (Escola Municipal de Ensino Fundamental e Infantil) Professor Benedito Wilson de Andrade fica no bairro Agrovila 3, na zona rural e distante 20 km da cidade. “Os docentes do nosso município agradecem o empenho e esforço que que os profissionais têm dispensado aos nossos professores. Todos os professores estão empenhados nas formações, uma vez que estas oferecem uma visão de alfabetização e letramento interdependentes e bem articulados, proporcionando uma aprendizagem mais significativa”, afirma Sandra Cristina Pinto, secretária de Educação e Cultura.

Outro município que recebe o programa é Martinópolis, cidade com quase 70 professores em formação pelo programa. “O atendimento dispensado a nossos professores tem sido muito importante. As formações têm sido muito dinâmicas e o conteúdo é muito alinhado ao que temos como objetivo na educação de Martinópolis”, diz Marli Mizuta, assessora de Planejamento e Inspeção Educacional. “Cremos que esta parceria solidifica o trabalho já feito, ampliando a visão dos professores especialmente quanto a uma melhor utilização dos espaços e recursos já existentes em nossa rede”, conclui Marli.

Pirapozinho, cidade que conta com o sistema Sesi de ensino implantado na educação municipal, espera seguir com bons resultados junto aos alunos de sua rede, de acordo com Roberta Kian de Carvalho Alexandre e Ângela Aparecida Videira Rodrigues, coordenadoras do ensino fundamental 1 do município. “Considerando que já temos implantado na rede municipal de ensino o sistema Sesi, o programa emergencial é muito significativo para nossas crianças”, diz Roberta. “Por meio das formações já vivenciadas com os analistas educacionais e supervisores, sabemos que a principal preocupação da ação é o processo de ensino e aprendizagem do educando”, detalha Ângela.

Para Sidnei Junqueira, diretor regional do Sesi-SP, o trabalho realizado na região, bem como em todo o Estado, é a contribuição que a indústria paulista oferece à comunidade diante de um cenário tão preocupante causado pela pandemia. “Este direcionamento é muito claro para todos nós: queremos contribuir para reverter este quadro desfavorável na educação do nosso Estado e também do nosso país”, pontua.

Panorama no Estado

Desde o início deste mês de agosto, 2.429 escolas públicas de São Paulo estão sendo atendidas pelo Programa Emergencial de Educação Pós-Pandemia, oferecido gratuitamente pelo Sesi. São 479 contratos de parceria fechados com as prefeituras, que representam 54% de todos os municípios do Estado.

“A adesão dos municípios demonstra que estamos no caminho certo, ao oferecer uma solução que auxiliará nas dificuldades e desafios que os professores têm que lidar diariamente e que foram ampliados por conta da pandemia”, explica Herman Renato Assumpção, supervisor técnico educacional do Sesi-SP, responsável pelo programa.

Os analistas técnicos educacionais, contratados pelo Sesi-SP especialmente para o programa, atuam em diferentes polos espalhados pelo Estado, dando suporte a 20.772 professores, de 515.796 alunos do ensino fundamental. 

Conforme Renato, o programa vem ao encontro dos anseios desses grupos de professores que buscam fazer a diferença junto aos seus alunos, ao dar acesso a ferramentas e promover reflexões sobre as soluções dos problemas que já estão enfrentando. “Ou seja, visa aliviar e não sobrecarregar ainda mais o fundamental papel do professor em sala de aula”, expõe.

"As soluções educacionais já testadas e aprovadas na rede Sesi-SP são adequadas às necessidades e realidades específicas, com o mesmo padrão de qualidade, dentro da própria estrutura das escolas públicas das cidades e do Estado", completa o supervisor técnico estadual, que destaca que o apoio aos professores da escola pública, responsáveis pela educação de 80% das crianças e adolescentes, são o foco principal do programa, com a oportunidade de troca de conhecimento e aprendizados.

Atuação personalizada

Com duração de um semestre letivo, o programa consiste na formação de professores da rede pública para uma atuação personalizada junto aos estudantes, dividido em duas frentes: professores do 1º ao 5º ano, para consolidação da alfabetização; e professores do 6º ao 9º ano, com foco na elevação dos índices de proficiência em Língua Portuguesa e Matemática.

Os contratos firmados se dividiram em 341 de alfabetização (314 presenciais e 27 remotos) e 138 de proficiência em Português e Matemática (24 presenciais e 114 remotos).

Ao todo, serão 80 horas de formação com acompanhamento de resultados, no atendimento presencial, direcionado às escolas de cidades com até 100 mil habitantes, que é a maioria. Os municípios maiores participarão do programa na modalidade remota, com carga horária de 40 horas. 

Além da formação, os professores terão acesso a material didático, fórum de dúvidas, conferências e certificado ao final do programa. 

No próximo ano, novas parcerias serão realizadas, com capacidade para atender a totalidade dos 645 municípios paulistas.

Municípios do oeste paulista no programa 

Região de Presidente Prudente: Álvares Machado, Anhumas, Caiabu, Estrela do Norte, Flórida Paulista, Indiana, Irapuru, Lucélia, Martinópolis, Narandiba, Osvaldo Cruz, Pacaembu, Pirapozinho, Pracinha, Presidente Bernardes, Presidente Prudente, Ribeirão dos Índios, Rinópolis, Sandovalina, Santo Expedito, Tarabai e Teodoro Sampaio.

Região de Presidente Epitácio: Caiuá, Euclides da Cunha Paulista, Marabá Paulista, Mirante do Paranapanema, Nova Guataporanga, Paulicéia, Piquerobi, Presidente Epitácio, Rosana, Santa Mercedes, Santo Anastácio e São João do Pau D’Alho.

Publicidade

Veja também