Já foi comprovado que os cães e gatos são os animais domésticos mais comuns. No entanto, a falta de responsabilidade e de conhecimento na hora de ter um pet pode resultar em abandono, o que gera mais animais nas ruas e, consequentemente, até mesmo uma reprodução desenfreada. Pensando nisso, o projeto de extensão “Castração é a Solução” é realizado por alunos do curso de Medicina Veterinária da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) no Jardim Morada do Sol, em Presidente Prudente, e visa incentivar a castração dos cachorros e dos felinos, a fim de promover a conscientização dos moradores sobre os problemas que podem ser gerados. Na tarde de ontem, foi promovida uma atividade com 40 crianças do bairro, no pátio da Casa da Sopa.
E nem foi preciso questionar o porquê do bairro em questão ter sido escolhido. Num passeio de cinco minutos pelas ruas do local, a reportagem conseguiu flagrar pelo menos três cachorros espalhado pela via, aparentemente abandonados. A estudante do sétimo termo do curso, Alaine Nicodemo Baccarin, uma das pessoas por trás do projeto, confirma a situação, o que impulsionou a escolha da região.
Aliás, Alaine explica que a ação é desenvolvida no Morada do Sol há dois anos e meio, pois os participantes viram a necessidade, atrelada à situação carente do local. “No começo de tudo, a gente veio até aqui e realizava o cadastramento para a castração. O animal era levado e em poucos dias retornava para casa”, completa. Contudo, somente isso não estava sendo suficiente. Foi daí que os alunos tiveram a ideia de ir além e, mais do que fazer, educar.
Para isso, as 40 crianças do bairro, com idades entre 8 e 10 anos, foram reunidas no local. Elas receberam atividade de pintura relacionada aos animais domésticos, que também falava sobre os cuidados adequados no momento de ter um pet, a importância de ter um animal bem cuidado, além de uma palestra sobre a castração em si. Método esse que, ainda de acordo com Alaine, é visto por muitos com um “olhar de preconceito, principalmente quando são machos, e dó, por acreditar que o procedimento machuca”, pondera.
O pequeno Maurício Júnior Garcia dos Santos, 9 anos, é um dos que não aprovavam muito a castração, porque tem “pena dos bichinhos”, como ele mesmo diz. Mas ao mesmo tempo, ele diz à reportagem que sabe que isso é importante. E quando dizem que o bairro tem muitos cães ele pode confirmar. “Eu tinha sete cachorros, um morreu e outro a gente doou. Agora só tem os cinco que sobraram”, diz.
Maurício também lembra que o problema pode fomentar para que mais animais abandonados estejam nas ruas. Por falar nisso, a própria Alaine também reconhece que, por ser um local distante, o abandono de cães e gatos é grande por ali. “Se eu ver alguém soltando algum cachorro eu vou gritar com ele e falar: não pode. Tem que cuidar”, adverte Maurício.
E assim como ele, Maria Eduarda de Paula, 8 anos, também não quer saber de ver animal abandonado por ali. E para isso, ela fala que é importante mesmo castrar. Dona de cinco cachorros, também, a pequena afirma que tem ouvido atentamente as dicas e os cuidados necessários quando se tem um pet. “Vou aplicar em casa”, conta. Hoje, ela, Maurício e as demais crianças finalizam a atividade desenvolvida no local.
