Presidente Prudente é um dos cenários do livro "O esquife do caudilho", que o jornalista Daniel Pereira acaba de lançar na capital paulista. O autor morou na cidade, onde foi funcionário público, banespiano, fez Ciências Biológicas na Unesp (Universidade Estadual Paulista), deu aulas na Escola Estadual Comendador Tannel Abbud e iniciou sua carreira de jornalista/radialista.
Daniel era criança no dia em que o ex-presidente Getúlio Vargas morreu e os alunos do grupo escolar de uma pequena cidade do interior de São Paulo, Assis, assim como os de outras escolas em todo o país, foram dispensados da aula.
Passados tantos anos, o clima de comoção e tensão que marcou a vida dos brasileiros naquele 24 de agosto de 1954 é o mote para a narrativa de "O esquife do caudilho"
(Editora Pasavento, 232 páginas), primeiro livro publicado pelo autor, veterano em redações de jornais, rádios e assessorias de imprensa.
A faceta do jornalista é bem presente no enredo da obra, construído a partir de histórias reais ou fictícias – entre elas, uma saborosa versão de como começou sua carreira de jornalista em Presidente Prudente, aprovado em concurso do Estúdio NM, do radialista Nilton Mescolotti, que o levou para a Comercial, e depois contratado pela Difusora.
No livro, que também deverá ser lançado em Assis no final de janeiro, o autor usa e abusa de recursos linguísticos típicos da coloquialidade para elaborar, em tom interiorano, um bate-papo ameno, recheado de conversa fiada, casos e causos, gírias, frases feitas, vocativos esdrúxulos e xingamentos, como destaca o jornalista Joaquim Maria Botelho, ex-presidente da UBE (União Brasileira de Escritores), que assina o prefácio da obra.
"Nomes, sobrenomes, apelidos, quem sabe quantos deles serão reais? Daniel, o narrador de agora, sabe, mas vai jurar que não os revela. Tem gente que vai se reconhecer porque é personagem. Tem gente que vai se reconhecer porque vai identificar a si mesmo em determinado personagem ou fragmento da tecitura feita à moda da colcha de retalhos".
A cada capítulo, entre uma mescla de reminiscência e informação jornalística, uma surpresa. Por exemplo, a visita de Ayrton Sena a Assis, aonde foi pescar, incógnito, poucos dias antes do acidente fatal em Imola. Ou, a controvertida passagem pela cidade do médico nazista Joseph Mengele, que em seu roteiro de fuga ficou hospedado por alguns meses na Casa da Criança do município.
"Bem mais que alusão à morte de Getúlio Vargas, o título instiga e traz o leitor para dentro do livro", assinala Gabriel Emidio, profissional de texto que assina a "orelha" e também fez a revisão da obra.
"Imaginação e memória. Verdadeiro e verossímil. Factual e opinativo. Sincronia e diacronia. Lá e cá, indo e vindo – eis uma síntese dos recursos essenciais de linguagem que o jornalista Daniel Pereira concatena para movimentar personagens, tipos, logradouros e ambientações. Encontros, esbórnias e emoções singulares não cessam de povoar cada página".
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AOS INTERESSADOS
O livro está disponível na loja virtual da Editora Pasavento (http://pasavento.tanlup.com)
