A atriz prudentina Vitória Mota, 27 anos, foi surpreendida há duas semanas, em São Paulo, com o 1º Prêmio Kwai Brasil, na categoria Melhor Série, pelo projeto “Case-se com meu marido”, do canal Vix. “Fiquei muito feliz! Essa foi minha primeira premiação, fui pega completamente de surpresa! Eu nunca ganhei um prêmio por um trabalho meu, então foi um reconhecimento muito, muito grande!”, exclama a jovem, que se apresenta como uma pessoa 100% voltada à arte, formada no curso profissionalizante do Wolf Maya em TV e Cinema, balé clássico, e que ultimamente tem se dedicado também a curso de musicais e dança.
Vitória conta que começou a fazer vídeos para o Kwai há cerca de dois anos. Isso porque, segundo ela, a carreira de ator ultimamente é algo muito incerto. Se não tem um contrato fixo fica muito à mercê de esse mês eu não sei se vou ter dinheiro, ou esse mês não sei se vai ser suficiente pra eu poder pagar as contas, aluguel e etc. “Então entrei para o Kwai que me dá uma renda fixa, trabalho com o que eu gosto, sem precisar deixar o meio da arte para poder fazer o meu dinheiro”, expõe a jovem.
No mesmo período, ela conheceu Cauê Fantin e Alícia Abravanel, fizeram uma série juntos, os dois iniciaram esse projeto de séries e a convidaram. “Não como os dois [risos], mas sou bem conhecida no Kwai”, diz ela.
Vitória diz que a série foi muito bem aceita pelo público. Todo mundo gostou muito e a agência também elogiou bastante. O texto foi inspirado em um mangá, conteúdo asiático que ela consome muito. Já tinha um tempo que ela havia lido esse mangá. Então, voltou nele e em uma semana escreveu esse roteiro. Mandou para aprovação da agência, ao Kwai que faz alterações. E pronto.
“Teve muito reconhecimento. É uma história que se identifica bastante, a garota, coitada, sofre que só ela. Então a agência me ligou e sugeriu que eu me inscrevesse como Melhor Inovação, pois achavam que eu poderia ganhar. Me inscrevi, fui selecionada e na votação fui a mais votada como Melhor Série. Não esperava isso de maneira alguma!” acentua a atriz.
Ela diz que o sucesso foi tanto que assim que começou a postar, já pediram para ela mandar o roteiro, a organização de gravação e tudo mais para uma segunda temporada. “Eu tinha plano pra uma terceira, mas conversando depois mais tarde com a agência e com o Cauê, chegamos à conclusão que era melhor deixar só em duas pra não ficar saturado. Mas, o mangá é muito grande, é uma história muito envolvente, tem muita história ainda além da que eu fiz”, salienta.
A série retrata a história de uma mulher que vive um relacionamento abusivo, e doente descobre um câncer. Em seus últimos momentos de vida, ela fica sabendo que a quimioterapia não está mais fazendo efeito. Então, ela que passou todo o processo sozinha resolve ir atrás do marido, que não a apoia em nada, questioná-lo, lhe contar que está morrendo e que não tem mais o que fazer. Mas, ao voltar para casa, ela surpreende o marido na cama com sua melhor amiga. E o ouve dizer que estava só esperando sua morte para poder ficar com o dinheiro do seguro de vida e viver feliz com a amiga. Que sabia que ela poderia ter essa doença, pois seu pai morreu com a mesma doença.
Inicia-se uma briga, a esposa enfrenta a melhor amiga e o marido. Ele bate na esposa que cai, bate a cabeça na quina de uma estante e acaba morrendo. Só que antes de morrer, como numa alucinação, ela vê uma conversa que teve com seu pai, e acaba acordando dez anos antes, que é exatamente quando decidiu se casar com seu marido e quando sua vida começou a dar tudo errado. Então ela vê isso como uma segunda chance para poder se vingar do marido. Contudo, no final ela acaba descobrindo que é uma chance para ela viver poder viver direito. Viver sua vida como queria e não para agradar os outros, e muito menos um homem que não a apoiava e nem a amava de verdade. E também abrir os olhos para as amizades, pois muita gente a apoiava, mas ela não percebia por causa da tal melhor amiga, que na verdade sugava toda sua energia.
“Enfim, é meio que um reaprendizado de vida para você perceber tudo que está ao seu redor e começar a prestar atenção no que te faz mal e não viver por aquilo”, ressalta Vitória.
