Região tem o 2º melhor desempenho em 21 anos

10ª RA teve crescimento real de 139,9%, resultado dos R$ 2,1 bi gerados em 1995, frente aos R$ 5,2 bi movimentados ano passado

REGIÃO - JEAN RAMALHO

Data 10/12/2016
Horário 10:14
 

Com um crescimento real de 139,9%, a 10ª RA (Região Administrativa) do Estado obteve o segundo melhor desempenho entre as 16 RAs do Estado de São Paulo no comparativo entre os anos de 1995 e 2015 do cálculo do VPA (Valor da Produção Agropecuária). Resultado dos R$ 2,1 bilhões gerados em 1995, frente aos R$ 5,2 bilhões movimentados pelo setor no ano passado. Os números só não foram melhores que os da RA de Itapeva, que apresentou um crescimento de 146,4%, decorrente dos R$ 1,8 bilhão de 1995 e R$ 4,6 bilhões de 2015.

Jornal O Imparcial Calculado por região, o Valor da Produção Agropecuária permite que seja observada a evolução das diversas atividades agropecuárias.

Para representantes do setor, grande parte desta evolução pode ser creditada à expansão da cana-de-açúcar na região, que teria ocupado áreas agrícolas improdutivas, degradadas, ou até mesmo pastagens com menor apascentamento de gado. "Na minha visão, isso se deve ao aumento da área produtiva da cana-de-açúcar, pois coincide sumariamente com a ascensão da cultura na região de Prudente, em meados do final da década de 1990. A cana ocupou áreas que até então não eram muito utilizadas e cooperou para este cenário de crescimento", comenta o diretor técnico EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Dracena, Luís Alberto Pelozo.

Desde quando começou a ser calculado, em 1995, o VPA da RA de Prudente atingiu o montante de R$ 74,6 bilhões. Quantia que representa um crescimento real de 139,9% e corresponde a uma taxa média de 6% ao ano. No entanto, se analisado o período, vemos que em cinco ocasiões a região apresentou queda de um ano para o outro. Sendo que, a maior queda ocorreu entre os anos de 1995 e 1996 (-13,8%). Ao passo que a maior alta foi registrada entre 2007 e 2008 (20,2%).

 

Sétima no ranking

Apesar de no comparativo geral a RA de Prudente ter alcançado o segundo melhor resultado, na somatória do VPA, a região ficou apenas na sétima colocação entre as 16 RAs do Estado, com seus R$ 74,6 bilhões. A RA de Campinas teve o melhor resultado do Estado, com R$ 184,6 bilhões, seguida pela RA de São José do Rio Preto, que movimentou R$ 127,2 bilhões entre 1995 e 2015. No mesmo período, segundo a pesquisa, o VPA cresceu em todas as regionais, exceto nas quatro menores do Estado: Santos, São Paulo, São José dos Campos e Registro.

Em todo o Estado, nos 21 anos considerados pelo balanço do IEA (Instituto de Economia Agrícola), o crescimento real foi de 69%, atingindo R$ 63,4 bilhões em dezembro de 2015, que corresponde a uma taxa de 3,6% ao ano. Observando apenas o período mais recente, os últimos 10 anos, o levantamento aponta um comportamento heterogêneo entre as RAs. Nesse período, o crescimento real do VPA do Estado foi de 10% a uma taxa anual de 1,5%.

Por outro lado, algumas regiões apresentaram crescimento mais robusto, casos da RA de Itapeva, que acusou crescimento de 63%. Destacaram-se também as RAs de São José dos Campos (49%), de Presidente Prudente (43%), de Sorocaba (38%), de Marília (35%); e a de Registro (35%).

 

Emprego e renda

Para o diretor técnico do EDR de Dracena, que integra a RA de Prudente juntamente com os EDRs de Venceslau e de Prudente, todo esse crescimento veio pra fomentar a economia regional, com geração de emprego e renda, além de abrir novas perspectivas para a agricultura da região. "É claro que este resultado não vem sozinho, ele traz consigo a geração de mais empregos, em decorrência do aumento no número de usinas, assim como das áreas plantadas. E essa renda coopera para o aumento do PIB regional, portanto, reflete em toda economia", afirma Luís Alberto Pelozo.

 

SAIBA MAIS

Calculado por região, o Valor da Produção Agropecuária permite que seja observada a evolução das diversas atividades agropecuárias. Além disso, mostra também a distribuição geográfica da renda gerada pelas culturas em todo o Estado. O material é considerado um subsídio nas análises econômicas do setor nos 40 EDRs da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral). Para o cálculo, o IEA levou em consideração 50 produtos selecionados, considerados os de maior participação na renda bruta da agropecuária paulista. Conforme o órgão, produtos florestais, como madeira de eucalipto, de pínus e resina de pínus, não foram considerados "por indisponibilidade dos dados de produção e preços deles em níveis regionais".

 

 

 
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