Reitoria e sindicatos se reúnem para discutir rumos da greve

PRUDENTE - Victor Rodrigues

Data 31/07/2016
Horário 10:31
 

Os reitores das universidades estaduais, assim como da Unesp (Universidade Estadual Paulista), e os sindicatos e representantes dos alunos, deverão se reunir nesta primeira semana de agosto para tratar da greve, no intuito de avançar nas negociações. É o que afirma Alexandre Silva Parmindo, diretor regional de base do Sintunesp (Sindicato dos Trabalhadores da Unesp), que responde pelos servidores da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), campus de Presidente Prudente, e diz que ainda não há uma data definida, mas o encontro de tratativa deverá ocorrer até o fim da semana. "Até o momento, as negociações não têm avanços, e um dos problemas que tem dificultado o acordo é a falta de reuniões. Queremos negociar", relata.

Jornal O Imparcial Ainda há barracas de camping instaladas pela FCT/Unesp

Outra situação que sustenta a greve, segundo o diretor regional, é que o Estado havia oferecido reajuste salarial de 3% aos funcionários da USP (Universidade de São Paulo) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), sem conceder o mesmo percentual aos servidores da Unesp. "Não é justo. Por isso a categoria se mantém irredutível", comenta.

Os estudantes, servidores e professores estão em greve. Os estudantes e funcionários já completam cerca de dois meses, os docentes, pouco mais de um mês. Ainda há algumas barracas de camping instaladas pelo campus em Prudente, na época da ocupação dos discentes no início do movimento.

Os funcionários reivindicam reajuste salarial, com reposição inflacionária de 9,5%, melhores condições de trabalho, e mais contratações. "Não há contratação na FCT/Unesp desde 2013, e isso acumula trabalho para os demais que estão na ativa", enfatiza Alexandre.

Os alunos da instituição prudentina, como já noticiado em O Imparcial, pedem uma política mais adequada de permanência estudantil, pelo debate sobre os cortes de bolsas de estudos de pró-reitoria de extensão acadêmica e ainda pela estagnação do processo de readequação do restaurante universitário. Já os professores também pedem reajuste salarial, mais investimentos no serviço e no campus, além de melhorias nas condições de trabalho.

A reportagem procurou por um representante regional da Adunesp (Associação dos Docentes da Universidade Estadual Paulista) para comentar sobre a greve, mas até o fechamento desta edição, não foi possível contatá-lo. Também esteve no DA (Diretório Acadêmico) do campus da FCT para esclarecer o assunto com os estudantes, mas o grupo se negou a conversar, e esclareceu que seu posicionamento poderia ser conferido em um texto veiculado na página Greve dos Estudantes da FCT/Unesp 2016, no Facebook, do dia 2 de junho.

O informe diz, entre outras coisas, que a greve é uma "reivindicação às pautas constantemente presentes ao longo das manifestações estudantis e enfatizadas nas paralisações realizadas nos dias 19 e 24 de maio deste ano", cita. O texto fala ainda sobre corte de recursos, permanência estudantil, precarização do ensino público e paridade.

 

"Aberta ao diálogo"


A Unesp, por sua vez, informa que está aberta ao diálogo, "desde que os grevistas não assumam atitudes intimidatórias com alunos e servidores que desejem  entrar nas unidades da instituição ou que desejem desenvolver suas atividades profissionais ou acadêmicas", expressa. A Assessoria de Imprensa da instituição relata que recebe as pautas de reivindicação sempre que apresentadas e as conduz em suas instâncias administrativas nas unidades e na Reitoria.

Em relação aos servidores, de acordo com o apontado, em 30 de maio, após reunião entre o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) e o Fórum das 6, a universidade mantém a sua proposta de reajuste de 3% sobre o salário de maio e se compromete a conceder esse reajuste assim que as sua condições orçamentárias e financeiras permitirem.

Sobre as reivindicações dos estudantes, a Unesp informa que há mais de duas décadas desenvolve ações voltadas para a assistência ao estudante. Bolsas de Apoio Acadêmico, Programa Adote um Aluno, Moradias Estudantis, Auxílios Aluguel, Restaurantes Universitários e Subsídios Alimentação são algumas destas ações. "Com intensa participação dos estudantes, que o Conselho Universitário da Unesp criou, em agosto de 2013, a COPE e a CPPE , com a finalidade de dar melhor atendimento aos estudantes", acrescenta.

 
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