Religiões celebram Dia de Finados com diversos significados

Data é respeitada independente de crença, com culto às almas, homenagem aos entes que se foram e celebração de missas

PRUDENTE - IZABELLY FERNANDES

Data 01/11/2018
Horário 05:03

Independente de religião, o dia dos mortos, ou Dia de Finados, é uma data respeitada por toda a sociedade. O que muda é o significado que a data representa para cada doutrina. No budismo, os mortos são cultuados não só neste dia específico, mas sim todos os dias, pois possuem uma importância especial. Já para líderes evangélicos, que compõem o cristianismo, o dia serve para homenagear e lembrar de pessoas queridas que morreram e aguardam a volta de Jesus Cristo. No catolicismo, sacerdotes afirmam que a data é muito importante, pois os fiéis também prestam homenagens aos entes que “ressuscitaram para a vida eterna” junto a Deus.

O representante da doutrina budista, bispo Saito, do Templo Nissenji do Budismo Primordial, explica que o dia dos mortos é muito importante para a crença em questão, pois entende que o ser humano é constituído de alma, que, para a doutrina, é imortal. “Cultuamos as almas todos os dias, mas no dia dos mortos é de uma forma especial”. Ele fala que se lembrar dos entes queridos e demais pessoas que já faleceram é algo muito significativo para o budismo.

A celebração da data é feita pela meditação de uma hora, junto com o pronunciamento do mantra: Namu-myou-hou-ren-gue-kyou. Durante esse momento é realizada as oferendas às almas, com produtos alimentícios, por exemplo, e junto a isso também a presença do incenso. “Fica a critério de cada um visitar o cemitério, pois isso é somente algo simbólico. A meditação e o culto às almas podem ser realizados em casa ou nos templos”, explica. Ele fala que justamente por acreditarem que a alma é eterna, as orações são mais importantes.

 

Cristianismo

O reverendo Gediael Menezes de Castro, representante da Igreja Presbiteriana do Brasil de Presidente Prudente, explica que a morte não é o fim para o cristão que acredita da Bíblia Sagrada. “Jesus falou que Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu filho unigênito para que todo que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Ele fala que, de acordo com a doutrina que representa, a morte não é um fim, mas uma promoção de vida. “Quando a pessoa morre, ela está aguardando a volta do Cristo, O Salvador, e tem a oportunidade de voltar definitivamente com Ele”, explica.

O pastor diz que o Dia de Finados serve para nos lembrarmos dos entes queridos e o que representaram enquanto estiveram presentes. “Eles não estão mais ali, pois aquilo só se trata do corpo que utilizaram, mas quando vamos ao cemitério, temos a oportunidade de agradecer a Deus por tudo que significaram para nós, mesmo sabendo que não estão mais ali”, frisa. Ele fala também que este é um momento para que os vivos reflitam sobre a própria vida, para que busquem sempre viver bem e em união com a família e amigos. “A respeito da morte, temos uma certeza e uma incerteza. A certeza é de que um dia vamos morrer; e a incerteza é que não sabemos que dia será, por isso, temos que estar preparados pra isso”, acrescenta.

O pároco do Santuário Diocesano de Nossa Senhora Aparecida de Presidente Prudente, Amaury José Domingues, fala que para o cristão a morte não é uma luta trágica e sim o caminho para a vida eterna. “Neste dia, lembramos da morte do Nosso Senhor Jesus Cristo, que assim como Ele, os cristãos também cumpriram a vontade do Pai, que é Deus.” O sacerdote fala que a morte é companheira de toda a nossa existência e que não devemos nos apressar em tentar resolvê-la.

Amaury explica que o Dia de Finados é celebrado pelas missas nos cemitérios, onde correm as celebrações eucarísticas. “Além disso, é muito importante fazermos homenagens para os finados, levando um vaso de flores, acendendo uma vela, para agradecer a Deus, por aqueles que um dia estiveram conosco e que hoje intercedem por nós”. O padre fala que, de acordo com a doutrina católica, a vida na Terra é uma preparação para o céu. “Nossa primeira ressureição é no batismo, quando morremos para o pecado e ressurgimos com Cristo. Já na morte, renascemos para vida eterna”, ensina.

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