Roda viva, a paródia 

OPINIÃO - Raul Borges Guimarães

Data 07/03/2021
Horário 06:00

Mais de 260 mil vidas perdidas. País bate recorde na média móvel de mortes. País pode virar “celeiro” do vírus com o avanço de novas variantes. Vacinação lenta e falta de empenho para comandar a nação diante da maior crise de saúde pública da história. O que dizer ou escrever numa semana tão triste?
Ouço a marcha fúnebre, seguida de um silêncio profundo. Nem mesmo a chuva  (que insiste em ficar) faz barulho. É o BRAZIL que caminha sobre as ruínas do BRASIL. Epicentro da circulação de novas variantes virais ainda mais letais, o país transforma-se num pária mundial. Antiexemplo. Notícia ruim. Para que? Para quem? Quem são os que ganham? Somente os especuladores financeiros? Algumas grandes empresas? O restrito grupo das pessoas muito ricas?
Vivemos dias que não adianta ter voz ativa. Duros fatos da vida, que insistem em lembrar quem é que manda em nossos próprios destinos. É quando o barco fica à deriva, mais forte do que o rumo dos próprios remos. A roda de samba acaba. A fogueira apaga. A roda da saia não gira. É quando o galo não canta, a criança não chora e até mesmo  o quando deixa de existir... Ó roda gigante maior que o mundo, carrega a esperança pra lá!
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
Mas a gente navega contra corrente e não deixa a tristeza ficar. Toma a iniciativa e cultiva a roseira mais linda que há. Mantém a voz ativa, viola na rua....chamando todos  para cantar! E como um roda-pião dando voltas, a gente gira com a brisa nas voltas do coração! Deixa a tristeza pra lá...roda o samba, roda a viola, roda a roseira. 
Vamos fazer serenata para quem chega e quem já partiu. Deixa desabrochar a mais linda roseira daquelas que faz tempo que a gente cultiva na terra fértil da vida, escutando o barulho do mar. São dias que a gente vive a esperança de deixar a palavra ser mais forte e ela própria ter voz ativa e, assim, o destino mandar. E do fundo da gente as emoções tomam conta. E por todos os cantos ecoam as boas novas e ressoam aquelas estórias dos que já partiram ou ficaram e se calaram para sempre.
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

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