A caderneta de poupança dos prudentinos perdeu R$ 186.896.575 entre janeiro e outubro de 2016, em relação ao mesmo período do ano anterior – dados mais recentes disponibilizados pelo BCB (Banco Central do Brasil) pela ferramenta Estban (Estatística Bancária por Município). O saldo era de R$ 10.710.467.896 no ano retrasado e reduziu 1,74% no ano passado, caindo para R$ 10.523.571.321.
As estatísticas municipais são geradas mensalmente contemplando a posição mensal dos saldos das principais rubricas de balancetes dos bancos comerciais e dos bancos múltiplos com carteira comercial, por município. Em Presidente Prudente, as informações contemplam as poupanças mantidas pelos bancos: do Brasil, Santander, Bradesco, Itaú, HSBC e CEF (Caixa Econômica Federal).
Para a economista Josélia Galiciano Pedro, a diminuição no saldo é resultado do aumento da inadimplência no município, e não uma perda da confiança na economia. "O percentual pequeno, de menos de 2%, indica que não houve uma retirada em massa nos valores. Provavelmente as pessoas estão apenas mudando a destinação dos recursos: o que antes era poupado agora é utilizado para honrar os compromissos", declara.
A especialista esclarece que para o pequeno poupador ainda é interessante manter a caderneta de poupança, mesmo que seu rendimento não seja muito elevado, em vista da possibilidade de retirar o valor guardado a qualquer momento para arcar com pagamentos de dívidas ou fazer novas aquisições. "Se você aplica em fundos de renda fixa, por exemplo, não pode retirar o dinheiro investido com tanta facilidade, então, é mais adequado para o médio e grande investidor", comenta.
O prognóstico econômico, de acordo com a economista, é de que a estagnação do consumo se mantenha até 2020, quando o FMI (Fundo Monetário Internacional) estima que o Brasil retomará seu crescimento. "O governo federal precisa agora pensar em medidas que atraiam investimentos e geração de emprego e renda, não ações imediatas para injetar dinheiro na economia, que são apenas paliativas", acrescenta.
Panorama nacional
A caderneta de poupança registrou retirada líquida de recursos pelo segundo ano consecutivo, conforme informações da "Agência Brasil". No ano passado, os brasileiros sacaram R$ 40,7 bilhões a mais do que depositaram, de acordo com dados repassados pelo próprio BCB. A retirada líquida foi, todavia, inferior à registrada em 2015, quando os saques superaram os depósitos em R$ 53,6 bilhões. E mesmo com retirada acumulada, os dois últimos meses de 2016 viabilizaram uma recuperação da poupança: os depósitos superaram os saques em R$ 1,9 bilhão, em novembro, e em R$ 10,7 bilhões em dezembro.
SALDO DA POUPANÇA EM PRUDENTE
Mês |
Em 2016 |
Em 2015 |
Jan |
R$ 1.064.591.874,00 |
R$ 1.105.046.907,00 |
Fev |
R$ 1.057.860.150,00 |
R$ 1.094.587.160,00 |
Mar |
R$ 1.054.540.631,00 |
R$ 1.081.131.453,00 |
Abril |
R$ 1.045.618.283,00 |
R$ 1.076.196.397,00 |
Maio |
R$ 1.043.988.952,00 |
R$ 1.066.209.359,00 |
Jun |
R$ 1.046.828.515,00 |
R$ 1.071.067.221,00 |
Jul |
R$ 1.046.495.713,00 |
R$ 1.060.950.422,00 |
Ago |
R$ 1.048.709.569,00 |
R$ 1.050.834.267,00 |
Set |
R$ 1.052.862.263,00 |
R$ 1.049.506.441,00 |
Out |
R$ 1.062.075.371,00 |
R$ 1.054.938.269,00 |
Total |
R$ 10.523.571.321,00 |
R$ 10.710.467.896,00 |
Fonte: Estban (Estatística Bancária por Município) do BCB (Banco Central do Brasil)