Saúde do trabalhador nas penitenciárias

OPINIÃO - Eliana Peresi Lordelo

Data 05/11/2020
Horário 04:59

Os servidores penitenciários apresentam risco ocupacional para diversas condições de saúde, dentre as quais se destacam doenças infecciosas, como a tuberculose, além de doenças crônicas como alterações na saúde mental. 
O ambiente presente no sistema prisional favorece a exposição do servidor aos agentes infecciosos, principalmente aqueles por transmissão respiratória, devido ao excedente populacional, que geralmente é encontrado nas unidades penitenciárias, em associação com as condições de pouca ventilação e iluminação. No caso da tuberculose, quando um indivíduo entra em contato com o bacilo, conhecido como Mycobacterium tuberculosis, pode ocorrer três situações de desfecho: eliminar o bacilo; apresentar os sintomas da doença; ou o bacilo permanecer em estado de dormência, ou seja, sem desenvolver a doença, conhecida também como tuberculose latente. 
Na tuberculose latente, um indivíduo irá desenvolver a doença no caso de uma diminuição da capacidade do seu sistema imune exercer a sua função. O sistema imune é responsável por proteger nosso organismo contra agentes infecciosos e diversos fatores podem interferir na sua funcionalidade, dentre eles, a falta de nutrientes, condições de saúde como diabetes, excesso de peso, além de alterações na saúde mental.

O ambiente presente no sistema prisional favorece a exposição do servidor aos agentes infecciosos

A depressão, ansiedade e o estresse, geralmente estão presentes nos servidores penitenciários, devido ao desgaste emocional que a profissão proporciona. Sabe-se que essas alterações podem influenciar na eficiência do sistema imune, predispondo o indivíduo a infecções ou, como apresentado anteriormente, a uma evolução do estado de latência da tuberculose para a manifestação dos sintomas da doença. 
Fica evidente a necessidade de ações para promover a saúde ocupacional no sistema prisional, para a prevenção de doenças infecciosas e crônicas, a fim de diminuir o risco de sua manifestação, protegendo, assim, a saúde do trabalhador e de seu círculo de convívio familiar, social e ocupacional.


 

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