Sem motivos para festa, Prudentão completa 35 anos

EDITORIAL -

Data 12/10/2017
Horário 13:24

Ele já foi Paulo Constantino, se tornou Eduardo José Farah, e voltou a ser Paulo Constantino. Mas ele é mesmo conhecido por seu apelido, Prudentão, um aumentativo do nome da cidade na qual está localizado, Presidente Prudente. Lá se vão 35 anos desde a partida entre Santos e Corintinha, que inaugurou o estádio prudentino em 12 de outubro de 1982. O placar do jogo terminou em 1 a 0 para o time santista, com gol de Paulinho, aos 43 minutos do 1º tempo. Desde então, entre altos e baixos, diversas equipes importantes do futebol nacional passaram por seu gramado: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Flamengo, Fluminense, entre outras. Foram anos de glória, mas que aparentemente tiveram fim e deixaram o segundo maior estádio do interior do Brasil em estado de desuso.

O Imparcial de hoje traz uma cobertura especial desse 35º aniversário do estádio prudentino. Aniversário que não terá bola, tampouco bolo ou festa. Local de grandes partidas, com direito a gol de “Fenômeno”, título nacional e queda de time grande, o Prudentão não recebe um jogo oficial da elite do futebol desde março do ano passado. Na ocasião, o Água Santa, de Diadema (SP), goleou o Palmeiras pelo placar de 4 a 1, em duelo válido pelo Campeonato Paulista, mas quem perdeu mais foi o estádio. A baixa adesão à partida, que recebeu um público de apenas 2.821 pagantes, assustou os clubes mandantes, que não demonstraram mais interesse em atuar no local.

Mas pior do que o abandono dos grandes clubes é o esquecimento por parte da administração municipal. Segundo maior estádio do interior do país, segundo o CNEF (Cadastro Nacional de Estádios de Futebol) da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), atualizado em 2016, com capacidade para 45.954 pessoas, a praça esportiva pode receber atualmente apenas cerca de 20 mil pessoas. Tudo porque, parte das dependências do estádio se encontram interditadas por necessidades de reformas, além disso, o local precisa também da atualização dos laudos de vistoria. Pendências que, conforme a Semepp (Secretaria Municipal de Esportes), “não fazem parte da lista de prioridades da Prefeitura”.

Sendo utilizado esporadicamente apenas pelo Grêmio Prudente, pelo PPFC (Presidente Prudente Futebol Clube e pelo Corinthians de Prudente, o espaço custa aproximadamente R$ 8,5 mil por mês aos cofres públicos. Dinheiro que vai, mas dificilmente volta. Por isso, talvez seja hora de a gestão municipal repensar suas prioridades e buscar uma maneira de tornar o Prudentão viável. Ou haveremos de vê-lo sucumbir cada vez mais e junto com o dinheiro público.

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