A FPF (Federação Paulista de Futebol) vai estrear uma ferramenta de arbitragem inédita no Brasil, nas semifinais da Copa Paulista: o FVS (Football Video Support) ou Vídeo Suporte ao Futebol. A novidade foi passada aos quatro clubes envolvidos (XV de Piracicaba, Comercial, Primavera e Grêmio Prudente) durante o Conselho Técnico realizado na manhã de hoje.
Essa ferramenta funciona de forma diferente do VAR tradicional. Segundo a FPF, em vez de árbitros de vídeo monitorando todas as jogadas, caberá ao treinador de cada time solicitar revisões quando acreditarem que houve erro claro em quatro situações: gol, pênalti, cartão vermelho direto ou em caso de cartão aplicado ao jogador errado.
Para isso, ele faz o gesto girando o dedo no ar e entrega ao quarto árbitro um cartão de solicitação de desafio. A partir disso, o árbitro principal vai até a área de revisão, na beira do gramado, para assistir ao lance com a ajuda de um operador de replay.
Assim como no VAR, caberá ao árbitro de campo manter ou alterar a decisão. Cada time tem direito a duas solicitações por partida, e, se estiver certo na revisão, não perde o pedido utilizado.
Diferentemente do sistema tradicional de VAR, não há árbitros de vídeo. A ferramenta consiste em uma cabine na beira do gramado e um operador de replay. Os únicos lances que são revisados automaticamente pelo quarto árbitro, sem a necessidade de pedido dos treinadores, são os gols ou as cobranças das eventuais disputas por pênaltis para definir o vencedor.
"Faz parte do DNA do futebol paulista não apenas acompanhar as tendências globais, mas também ajudar a escrevê-las. Com o apoio da CBF [Confederação Brasileira de Futebol] e da Fifa (Federação Internacional de Futebol), damos agora mais um passo com o Vídeo Suporte estreando no Brasil, uma ferramenta que coloca São Paulo mais uma vez na vanguarda da tecnologia e em sintonia com as melhores práticas do futebol mundial”, disse o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos.
A introdução do Football Video Support faz parte da estratégia global da Fifa de ampliar o acesso a tecnologias de arbitragem de vídeo, especialmente em competições com menos recursos financeiros e estruturais.
Diferentemente do VAR, que exige uma grande equipe de árbitros de vídeo e várias câmeras, o FVS foi desenhado para contextos mais simples, em que é possível oferecer suporte técnico adicional aos árbitros. A ideia é democratizar o uso da tecnologia, permitindo que torneios de diferentes portes também possam se beneficiar de revisões em lances decisivos.
A estreia do desafio de vídeo reforça o histórico caráter inovador da Federação Paulista de Futebol. Somente em 2025, a FPF foi pioneira no Brasil no uso do impedimento semi-automático e do Sistema Multiball, que estrearam no Paulistão Sicredi, e na câmera do árbitro, utilizada pela primeira vez no Paulistão Feminino Sicredi.