As experiências que cada indivíduo vive no dia a dia têm um sentido e significado singular. Aprendemos com as experiências emocionais. Elas proporcionam fortalecimento egóico, amadurecimento, autonomia e liberdade. O ideal é que possamos aprender a partir delas. As reflexões e o tempo são fiéis escudeiros para simbolizar a experiência. É importante pensar que a experiência de cada dia tem uma representatividade subjetiva. Cada pessoa terá sentimentos, atitudes, reações e expressões de acordo com a sua própria história de vida.
Diante da experiência do outro, seja de felicidade ou dor, deve-se ter um cuidado e sensibilidade ao fazer o uso das palavras, sejam elas comunicações verbais ou não-verbais. Há gestos perversos, imorais, bizarros, sonsos e omissos. Empatia, simpatia e antipatia podem fazer parte desse contexto, relacionado às vicissitudes do acolhimento ou não. Empatia envolve imbricações de um continente amoroso, disposto a receber conteúdos diversos, seja ele de extrema dor, envolvendo lutos, tristezas, perdas e felicidades também, que podem levar à desestabilização.
O sujeito empático sente na pele a dor do outro e envolve a faculdade de compreender emocionalmente um objeto (pessoa, obra de arte, filme, por exemplo). Simpatia nada tem a ver com egoísmo, narcisismo, arrogância, onipotência e muito mais. Penso em relações entre pessoas que, tendo afinidades, se sentem espontaneamente atraídas entre si. Afinidade moral, similitude no sentir e no pensar que aproxima as pessoas.
Antipatia tem a ver com relações estéreis, onde não houve “química”, também a aversões naturais, irracionais, gratuita por (alguém ou algo); malquerença e repulsão. O sentido e significado que pode ter um fato para determinadas pessoas, podem não ter para outras, mas, o respeito é preciso e a liberdade, essencial.
Uma coisa é observar e não julgar a experiência, outra coisa é não observar e julgar o outro. Não podemos imaginar ou dimensionar o que implica para determinada pessoa uma perda ou morte, ou qualquer outra situação. As implicações poderão levar a psicotizações, des-integrações, melancolia, desamparo e até mesmo ao suicídio.
Outro dia, fui em um dos lugares mais preferidos de meu pai, seu local de trabalho. Ele já não se encontra entre nós. E lá tem um pé de acerola. Trouxe as frutas para casa e plantei algumas sementes. Vocês não têm ideia do sentido e significado que tudo isso tem para mim. Notícia: deu muda e está crescendo no vaso. E assim, de forma sublime, os sentidos e significados de experiências, independentemente de quais sejam, são singulares, subjetivas e originais.
Como diz Milton Nascimento e Fernando Brant em “Encontros e Despedidas” (1985):Tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais, tem gente que vem e quer voltar, tem gente que vai, quer ficar, tem gente que veio só olhar, tem gente a sorrir e a chorar e assim chegar e partir.
