Serviço volta a atender 50 crianças em Machado

Funcionando em novo prédio, Cras resgatou demanda que era assistida pelo Centro de Apoio à Família, encerrado em agosto

REGIÃO - André Esteves

Data 08/08/2017
Horário 12:47
José Reis, Crianças e adolescentes são assistidas pelo Cras no contraturno da escola regular
José Reis, Crianças e adolescentes são assistidas pelo Cras no contraturno da escola regular

“Os bons filhos a casa tornam”. Após quase um ano desde o fechamento do CAF (Centro de Apoio à Família), em Álvares Machado, 50 crianças e adolescentes, com idades entre 6 e 15 anos, dos bairros Parque dos Pinheiros e Jardim Panorama, voltaram a ser atendidos por um serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, agora administrado pelo Cras (Centro de Referência de Assistência Social), que passou a operar na estrutura anteriormente ocupada pela filial da ONG (organização não governamental) Lar dos Meninos, na Rua Joaquim Nabuco. Em agosto do ano passado, as atividades da instituição foram suspensas em função da queda na arrecadação ocasionada pela crise econômica. Na manhã de ontem, no entanto, o trabalho interrompido ganhou um final ou, melhor dizendo, recomeço feliz.

A coordenadora do serviço, Elaine Izabel Silva Notário, explica que a antiga sede do Cras, situada no mesmo endereço, não tinha espaço físico para atender a demanda. Desta forma, a municipalidade alocou um prédio novo a fim de dar continuidade ao projeto com as famílias e viabilizar a retomada do atendimento aos pequenos, que serão acompanhados de segunda a quinta-feira, no contraturno da escola regular. Ela aponta que as crianças acolhidas são as mesmas que integravam o projeto anterior e que ficaram novamente “desprotegidas” depois do encerramento. “Nosso objetivo é trabalhar com elas para que não se tornem vítimas da vulnerabilidade social e tenham uma nova perspectiva de vida”, expõe. Durante o tempo que ficarem na unidade, os alunos participarão de atividades socioeducativas, com direito a café da manhã ou da tarde e almoço.

Elaine salienta que, por ser um trabalho ainda na fase inicial, a unidade priorizará essas 50 crianças, sem abrir novas vagas ou lista de espera. “Como é tudo muito novo e a nossa equipe ainda não é completa, estamos tentando nos adaptar para atender especificamente essa população”, esclarece. Segundo a coordenadora, o corpo de profissionais é composto, além dela, por uma psicóloga, duas educadoras sociais, uma orientadora social e uma servidora. O ambiente, por sua vez, é formado por salas para a execução de atividades pedagógicas, culturais, esportivas e de lazer, que incluem alimentação, judô, capoeira e biblioteca. Conforme a Divisão Municipal de Assistência Social, todo o serviço será custeado pela municipalidade, com o repasse médio anual de R$ 130 mil.

 

Em segurança

A semana começou diferente para o estudante Arthur Yuran, 9 anos, que afirma ter sentido falta do espaço onde frequentava até o ano passado. “Acho importante estar de volta, pois agora minha mãe pode trabalhar despreocupada, sabendo que estou bem”, comenta. Já a estudante Larissa Kevellen, 12 anos, acredita que o retorno do serviço assegura a ela um lugar para conviver ao invés de ficar na rua. “Aqui tenho a oportunidade de fazer muitas coisas, como brincar e aprender”, pontua.

 

Relembre o caso

O fim das atividades do CAF ocorreu em 31 de agosto do ano passado, após a administração da entidade e o poder público municipal não chegarem a um acordo quanto ao futuro do centro. Como noticiado por O Imparcial na época, a Prefeitura propôs aumentar a subvenção de R$ 40 mil anuais para R$ 100 mil. A instituição, entretanto, alegou que precisaria de R$ 185 mil por ano apenas para manter a sua folha salarial, composta por dez funcionários. Segundo a administradora, o valor repassado até então (R$ 40 mil) era muito aquém dos R$ 300 mil gastos por ano ou R$ 25 mil mensais, sendo que somente a folha de pagamento equivalia a aproximadamente R$ 15 mil por mês.

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