Shokonsai homenageia ancestrais pela 94ª vez

Evento, que significa "convite às almas para a missa", ocorre no domingo e espera cerca de 3 mil pessoas em Álvares Machado

VARIEDADES - Mariane Gaspareto

Data 08/07/2014
Horário 08:45
 

O Shokonsai, tradição oriental em que os antepassados são homenageados no segundo domingo de julho, ocorre pela 94ª vez no Cemitério Japonês de Álvares Machado. A festa, uma realização da Aceam (Associação Cultural, Esportiva e Agrícola Nipo-Brasileira de Álvares Machado), recebe todos os anos desde 1920, apresentações culturais, cerimônia de reverência e oração, além da presença do cônsul do Japão e um ritual com velas chamado bon odori. A expectativa é de que 3 mil pessoas compareçam durante o dia.

Conforme Alberto Yukio Nakada, secretário geral da Aceam, por volta de 100 pessoas participam das apresentações que ocorrerão na festa, com entrada gratuita.

A comemoração tem início às 9h, com a celebração budista na capela do cemitério da colônia japonesa de Álvares Machado. Às 11h, ocorre a reverência e oração pela paz em memória aos soldados falecidos de todas as nações na 2ª Guerra Mundial e, às 11h30, a abertura oficial com presença de autoridades.  As apresentações de karaokê, coral, danças tradicionais e folclóricas japonesas, taiko dentre outras atividades, começarão ao meio-dia. O encerramento será às 17h, com o bon odori e o ritual das velas.

"Nós colocamos uma vela em cada túmulo no final da tarde e todas elas ficam acesas simultaneamente. Na hora, da uma calmaria e até para de ventar. Além disso, nos 93 anos em que essa celebração ocorre, nunca choveu nessa data", explica Nakada

Conforme o secretário, o Shokonsai significa cultuar a memória dos antepassados, pois é uma tradição oriental cultuar os ancestrais. "Espero que a população vá prestigiar porque além da celebração da missa na manhã, haverá a difusão da cultura oriental totalmente aberta ao público".

Nakada conta que esse "dia de finados" do Japão é comemorado geralmente em 15 de julho. "Aqui nós resolvemos fazer sempre no segundo domingo de julho para que não caísse em um dia de semana".

Segundo o secretário, o Cemitério de Álvares Machado surgiu com a chegada dos primeiros japoneses, por volta de 1918, no qual 784 pessoas foram enterradas. Novos sepultamentos foram proibidos na década de 41, na gestão do presidente Getúlio Vargas, que via o espaço como um ato de discriminação racial.

A responsabilidade de preservação e conservação da necrópole é da Aceam. Ela foi tombada em 1980, pelo Conselho de Defesa de Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), através da Resolução nº 23, de 11 de julho de 1980, publicada no Diário Oficial no dia 12 de julho do mesmo ano.

 

PROGRAMAÇÃO


9h - celebração budista na capela do cemitério da colônia japonesa de Álvares Machado

11h – reverência e oração pela paz em memória aos soldados falecidos de todas as nações na 2ª Guerra Mundial

11h30 – abertura oficial com presença de autoridades

12h – início das apresentações de karaokê, coral, danças tradicionais e folclóricas japonesas, taiko e outras atividades

17h - bon odori, ritual das velas e encerramento
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