Sincomércio chama empresários para protesto

Entidade está preocupada com a desaceleração do comércio e defende que lojistas precisam se mobilizar em busca de mudanças

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 13/08/2015
Horário 10:12
 

Preocupado com a desaceleração econômica do país, com a queda das comercializações, aumento do desemprego e a estagnação financeira que a sociedade tem vivido, o Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente) enviou uma carta aberta aos empresários do comércio, sindicatos e outras associações de Prudente, região e de outras localidades do Estado, convocando o setor para demonstrar a insatisfação geral através da participação do protesto marcado para este domingo. Em Presidente Prudente o movimento #VemPraRua deve ocorrer às16h, no Parque do Povo.

De acordo com o presidente do Sincomércio, Vitalino Crellis, o maior problema vivenciado neste momento é a retração financeira. Além disso, ele destaca a preocupação com o desemprego, fato que causa prejuízos para os trabalhadores e atinge todos os setores, já que "freia" a movimentação de capital no comércio. "Só nos 20 municípios de abrangência do sindicato, existem entre 4 mil e 5 mil desempregados dos setores de comércio e indústria", afirma.

Já os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontam que entre janeiro e junho deste ano, Prudente registrou 4.238 demissões no setor do comércio, sendo que no ano passado, no mesmo período, foram 3.698 desligamentos.

Desta forma, o presidente enfatiza que a população não "pode ficar de braços cruzados" e precisa exigir mudanças, reivindicar e mostrar sua indignação. "Está cada dia mais complicado e temos que buscar melhorias", salienta.

O representante do sindicato ressalta ainda que para discutir sobre demais ações e previdências, o Conselho Regional do Comércio Varejista do Estado de São Paulo realiza no dia 21, em Águas de São Pedro, uma reunião entre os cooperados. O mesmo assunto será debatido no encontro da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, na capital paulista, dia 24 de agosto. "Toda essa movimentação é feita com o propósito de debater e iniciativas para reverter essa situação de crise", afirma.

 

Reflexo nas vendas


O presidente da Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), Ricardo Anderson Ribeiro, concorda com a análise de que houve uma queda no movimento, devido à redução do poder aquisitivo da população. "Para enfrentar o período, os lojistas mantêm ações diversas para atrair os consumidores".

Segundo comerciantes, as vendas realmente caíram desde o anúncio do início da crise econômica. Com isso, uma série de medidas individuais foi adotada para "driblar" a situação, chamar atenção do cliente e fomentar as vendas no comércio. De acordo com o proprietário da Oklahoma Country e Fashion, Helder Castilho Custódio, desde o começo deste ano a empresa contabiliza queda de 30% nas vendas. Diante disso, o empresário pontua que pôs em prática ações para movimentar as compras. "Investimos na divulgação, promoções, em vendas através do site da loja, trabalho de telemarketing, entre outros", expõe. Mesmo com a retração da economia, Castilho resolveu abrir sua segunda loja com área de estacionamento, justamente para atender as necessidades dos clientes e, com isso, criar opções para motivar o consumidor.

A redução de 30% nas comercializações também foi percebida na Móveis Romera, em Prudente. No entanto, o gerente da empresa, Valdeci Ferreira, diz que a expectativa é que as coisas melhorem com a aproximação do fim do ano. Ele conta que desde julho já observou uma evolução no movimento do centro, o que refletiu consequentemente nas vendas da loja. "Acreditamos que as compras estejam mais aquecidas daqui pra frente".
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